Santana não gostou do que leu sobre financiamento de partidos
Candidado à liderança do PSD diz que ainda não teve tempo para falar com dirigentes do PSD.
O candidato à presidência do PSD Pedro Santana Lopes declarou esta quarta-feira não "perceber" a posição dos sociais-democratas nas alterações à lei de financiamento dos partidos, mas mostrou-se cauteloso até falar com o líder parlamentar ou outros responsáveis.
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O candidato à presidência do PSD Pedro Santana Lopes declarou esta quarta-feira não "perceber" a posição dos sociais-democratas nas alterações à lei de financiamento dos partidos, mas mostrou-se cauteloso até falar com o líder parlamentar ou outros responsáveis.
"Gostava de ter uma explicação para o que vou lendo e aquilo que li até agora... não consigo perceber de todo a razão pela qual o partido a que pertenço se mostrou favorável a este caminho", declarou Santana Lopes, antes de realçar todavia que "não teve tempo" para falar com os dirigentes do PSD sobre o tema.
O candidato a líder do PSD falava em Ponta Delgada, nos Açores, à margem de uma sessão de cumprimentos com o líder social-democrata na região autónoma, Duarte Freitas, e no arranque de uma visita ao arquipélago que levará o candidato não só à ilha de São Miguel mas também à ilha Terceira.
Ainda no que refere ao financiamento partidário, Santana reconheceu que esta matéria "é de facto complicada", mas admitiu, mesmo falando "sob reserva de ainda não ter ouvido explicações" do PSD, que "é incompreensível para o povo português" haver alterações de maior alívio fiscal ou benesses nesse campo aos partidos políticos.
"Acho que os cidadãos e os seus impostos não têm de pagar a vida dos partidos", prosseguiu Santana Lopes, para quem o "Estado deve ter uma presença" nos partidos, embora residual.
Há mais de um ano, o presidente do Tribunal Constitucional solicitou ao Parlamento uma alteração no modelo de fiscalização para introduzir uma instância de recurso das decisões tomadas.
Assim, a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) passa a ser a responsável em primeira instância pela fiscalização das contas com a competência para aplicar as coimas e sanções. Se os partidos discordarem, podem recorrer, com efeitos suspensivos, da decisão da ECFP, para o plenário do Tribunal Constitucional.
Contudo, além destas e outras alterações de processo, o PS, PSD, PCP, BE e PEV concordaram em mudar outras disposições relativas ao financiamento partidário, entre os quais o fim do limite para as verbas obtidas através de iniciativas de angariação de fundos e o alargamento do benefício da isenção do IVA a todas as actividades partidárias.