Israel quer banir da bolsa empresas ligadas à bitcoin

As preocupações regulatórias têm-se avolumado. Uma empresa de videojogos israelita viu as acções duplicar de valor após dizer que ia usar uma blockchain.

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Bitcoin regressou nesta terça-feira a uma tendência positiva LUSA/SASCHA STEINBACH

A bitcoin encontra novas barreiras. Esta segunda-feira, o regulador isrealita dos mercados financeiros anunciou que quer proibir empresas cujo negócio se centra em moedas virtuais – como a bitcoin – de estarem cotadas na bolsa de valores de Telavive.

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A bitcoin encontra novas barreiras. Esta segunda-feira, o regulador isrealita dos mercados financeiros anunciou que quer proibir empresas cujo negócio se centra em moedas virtuais – como a bitcoin – de estarem cotadas na bolsa de valores de Telavive.

O comunicado foi feito pelo presidente executivo daquela entidade, Schmuel Hauser. “Acho que o preço da bitcoin é uma bolha. Ninguém sabe o que está por trás”, justificou durante uma conferência. “Não queremos os investidores sujeitos a este tipo de volatilidade e incerteza”, disse. As subidas e descidas consecutivas levam Hauser a considerar essencial a criação de regulação, “porque o público está desprotegido”.

As mesmas preocupações levaram a China a ordenar o encerramento dos serviços de transacção com bitcoins no país. Há, no entanto, vários países que apoiam o desenvolvimento de divisas digitais. O Japão, por exemplo, decidiu legalizar as plataformas de transacções. O objectivo é apoiar a inovação.

As interrogações sobre a bitcoin intensificaram-se na sexta-feira passada, quando a queda da bitcoin chegou aos 30% num só dia, depois de uma semana a descer. Segundo dados do site especializado Coindesk, a certa altura o valor rondava os 10.900 dólares (cerca de 9200 euros). Desde então, o valor da divisa digital, conhecida pela sua volatilidade, voltou a subir. Esta segunda-feira, depois de outro fim-de-semana complicado, aproximava-se dos 15.300 euros, uma subida de 10% nas últimas 24 horas.  

Embora os preços da divisa variem nas várias bolsas online em que as bitcoins são compradas e vendidas, em meados de Dezembro o valor de cada bitcoin ultrapassava os 19 mil dólares. Na altura, várias empresas de Telavive começaram a anunciar planos para usar a tecnologia. Bastou que a Fantasy Network Ltd – uma empresa de Israel especializada em videojogos online  – anunciasse a contratação de um conselheiro de blockchain para o valor da empresa duplicar em bolsa.

Parte da desvalorização recente da divisa parece surgir de investidores que venderam as suas criptomoedas para aproveitar o pico do lucro recente. É o motivo de surgirem vários alertas sobre a existência de uma bolha da bitcoin. Quando não existirem mais investidores disponíveis para pagar cada vez mais, poderá ocorrer uma venda maciça da criptomoeda, tal como aconteceu com a bolha dot-com nos anos 90, ou com o “negócio das túlipas” séculos antes, na Holanda.

Recentemente, um analista da empresa financeira Morgan Stanley escreveu um relatório (Bitcoin decifrada)  a explicar aos clientes que a bitcoin deveria valer zero dólares porque “se ninguém aceita a tecnologia para pagamento, então o valor deveria ser zero”. A afirmação é acompanhada por um gráfico que indica que uns meros três dos 500 maiores retalhistas online aceitam bitcoins.