Chefs, pokes, tacos e jacarés aterraram no 7.º piso do El Corte Inglés

Os armazéns de Lisboa têm no topo um novo espaço com uma vista excepcional sobre a cidade e restaurantes de chefs com estrelas Michelin. É o Gourmet Experience.

Fotogaleria

Não é fácil, por muito que se tente, fazer um soft opening num espaço como o Gourmet Experience, que acaba de inaugurar no 7.º piso do El Corte Inglés, em Lisboa. Aberto no dia 23, mesmo antes do Natal, quando o visitamos, a 26, está já completamente cheio – e os famosos armazéns ainda só estão a anunciar a novidade a quem já está no interior.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Não é fácil, por muito que se tente, fazer um soft opening num espaço como o Gourmet Experience, que acaba de inaugurar no 7.º piso do El Corte Inglés, em Lisboa. Aberto no dia 23, mesmo antes do Natal, quando o visitamos, a 26, está já completamente cheio – e os famosos armazéns ainda só estão a anunciar a novidade a quem já está no interior.

Nas portas dos elevadores somos recebidos pela imagem dos chefs que aqui abriram restaurantes, de rostos sorridentes e segurando vários ingredientes nas mãos: os portugueses José Avillez, Henrique Sá Pessoa e Kiko Martins, à frente, e espreitando por trás, os espanhóis Pepe Solla e Aitor Ansorena e o mexicano Roberto Ruiz (que aqui surge numa parceria com Avillez). São, anuncia o El Corte Inglés, chefs nacionais e internacionais que reúnem um total de cinco estrelas Michelin.

Há algum tempo que se ouvia falar do grande projecto de restauração e gastronomia que se preparava no topo do El Corte Inglés, mas as obras foram adiando a abertura. Agora, finalmente está tudo pronto. Saímos do elevador e entramos directamente no espaço do Club del Gourmet, que deixou o seu lugar habitual, junto ao supermercado, e se mudou para o 7.º piso, onde passa a ser uma área muito maior, com mais variedade de produtos.

Os antigos restaurante e cafetaria do El Corte Inglés continuam a existir, mas agora estão acompanhados por 17 novos projectos: sete restaurantes e dez outros espaços variados, da geladaria Nannarella à pastelaria Alcoa. Estamos num food court, mas que pretende distinguir-se de outros existentes no país por alguma sofisticação e conforto. Um detalhe, para começar: os restaurantes têm espaços próprios, com as respectivas mesas e ambiente personalizado, mas quem quiser comer nas mesas comuns pode fazê-lo sem precisar de transportar o tabuleiro. Basta escolher o prato e, através de um sistema de geolocalização, este é depois levado até à mesa por um empregado (só não servem “para fora” a Tasca Chic, de Avillez, e o Poke, do Chefe Kiko).

Para além do espaço interior, há uma zona exterior que tem uma vista excepcional, a toda a volta, sobre a cidade. De Inverno, não serão essas as mesas mais procuradas, mas no Verão será certamente um dos grandes trunfos deste espaço, que vem aumentar a oferta de restauração nesta zona da cidade. Uma das ideias é a de, com a colaboração do The G Bar, criar sunset parties e outras animações nocturnas que permitam aproveitar a vista a 360º sobre Lisboa.  

Estes são os sete restaurantes que acabam de abrir no El Corte Inglés:

Tasca Chic – é uma das três propostas de José Avillez. A carta divide-se em petiscos e entradas, com, por exemplo, corvina marinada com cebola roxa e abacate, escabeche de pato com vinagre de framboesa ou ovos verdes com maionese e pickes caseiros; saladas, de frango ou de salmão fumado; pratos principais, de um tártaro de atum com salada de quinoa e abacate a um bitoque do lombo com ovo a cavalo ou umas ervilhas com ovo escalfado.

Jacaré – outro projecto de José Avillez, apresenta-se como um “carnívoro vegetariano”. Isto significa que tem pratos de carne na grelha (vaca, porco, frango, com a possibilidade de escolher diferentes molhos e acompanhamentos) e pratos vegetarianos (entre outros, arroz no wok com cogumelos e palmito, moqueca de legumes ou chili vegetariano).

O Poke – desta vez, Kiko Martins voltou-se para a cozinha havaiana e para os cada vez mais populares pokes. “Este é o parente havaiano da cevicheria, com uma forte componente asiática, já que o poke é uma salada de atum cru com molho ponzo, influência dos japoneses. Enquanto o ceviche peruano é mais ácido, o poke é mais salgado”, explica o chef. Para além do tradicional, tem variações, usando ingredientes portugueses e não só - há pokes de salmão, de vieiras, de polvo e Kiko recomenda três a quatro pratos para duas pessoas. Para comer acompanhados pelo Aloha, um cocktail à base de goiaba. Quem não quer esperar na habitual fila à porta da Cevicheria, o restaurante de Kiko no Príncipe Real, aqui encontra também um ceviche ou ainda a picanha que o chef serve n’O Talho, situado do outro lado da rua.

Balcão – Henrique Sá Pessoa quis trazer aqui alguns dos seus clássicos, com um espírito de comida de conforto e descontraída e “uma identidade bastante portuguesa” (lombo de bacalhau confitado com puré de grão, arroz de pato de forno com enchidos de porco alentejano ou o incontornável bitoque são algumas das propostas). Dividiu a carta em Crus, Legumes, Carne e Peixe, “para facilitar a leitura”, e pensou em refeições que se podem comer ao balcão (o espaço é bonito e discreto, na linha dos seus outros restaurantes) em pratos que correspondem a uma dose por pessoa. “É um pouco a ideia de bistro português”, explica, sublinhando, contudo, que a carta que criou é diferente das que tem no Mercado da Ribeira e no Tapisco.

Barra Cascabel – é o espaço mais barulhento e mais animado de toda a Gourmet Experience (há um megafone e é mesmo usado). É também assim o Cascabel do El Corte Inglés em Madrid e a fórmula viajou agora até Lisboa a convite de José Avillez, que, considerando que ainda falta na cidade alguma oferta de gastronomia do mundo, tem optado por, em vez de abrir projectos em nome próprio, estabelecer parceria com chefs de renome, como é o caso de Roberto Ruiz (que tem uma estrela Michelin no seu Punto MX). Aqui servem-se cocktails à base de mescal, além de tacos variados e outras especialidades mexicanas.

Imanol – cozinha basca, com pinchos e uma variedade de pratos “para picar”, é o que o chef Aitor Ansorena propõe no Imanol, que existe em vários pontos de Espanha e chega agora a Portugal.

Atlântico – aqui é a Galiza que se apresenta pela mão do chef Pepe Solla (que tem uma estrela Michelin na Casa Solla, em Pontevedra). A oferta é sobretudo de peixe e marisco – recomenda-se a delicadíssima e muito bem confeccionada pescada da Galiza com puré e molho ajada.

Para além destes espaços, o Gourmet Experience inclui o Club del Gourmet  e o Wine Bar, que tem uma carta própria e onde passa a ser possível experimentar alguns dos produtos à venda na loja, acompanhados por vinho a copo; o The G Bar, que não servirá só gin mas uma variedade de cocktails com ou sem álcool, além de sumos naturais e bebidas à base de café; a Alcoa, com a sua doçaria conventual; os chocolates Godiva; o famoso bolo Landeau Chocolate; a geladaria Nannarella, as conservas La Gondola; os chás da marca francesa Dammann Frères; e os charutos da Cigar World.

O Gourmet Experience está aberto de domingo a 5ª feira entre as 10h e as 24h e à 6ª e sábado entre as 10h e a 1h.