Alojamento local mais do que quadruplicou desde 2014 em Portugal
Até 15 de Dezembro deste ano estavam registados 55.345 espaços em Portugal, segundo o Registo Nacional de Estabelecimentos de Alojamento Local
O alojamento local em Portugal mais do que quadruplicou nos últimos três anos, passando de cerca de 13 mil estabelecimentos registados até 2014 para mais de 55 mil espaços hoje existentes um pouco por todo o país.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O alojamento local em Portugal mais do que quadruplicou nos últimos três anos, passando de cerca de 13 mil estabelecimentos registados até 2014 para mais de 55 mil espaços hoje existentes um pouco por todo o país.
Segundo o Registo Nacional de Estabelecimentos de Alojamento Local (RNAL), disponibilizado pelo Turismo de Portugal, estavam registados até 15 de Dezembro deste ano 55.345 espaços desta tipologia de empreendimentos turísticos, localizados maioritariamente nos concelhos de Lisboa (10.611), Porto (4881) e Albufeira (4815).
Dos mais de 55 mil estabelecimentos registados, 36.289 operam na modalidade de apartamento, 15.228 em moradias e 3828 em estabelecimentos de hospedagem, dos quais 506 são hostels.
Nos últimos três anos, foram registados 42.061 espaços de alojamento local, já que até 15 de Dezembro de 2014 se encontravam licenciados 13.326 estabelecimentos, número que subiu para 55.345 até 15 de Dezembro deste ano, de acordo com os dados do RNAL.
Ao longo do boom do alojamento local, o maior crescimento foi registado este ano, com 19.493 estabelecimentos licenciados. Em 2016 foram abertos 11.733, em 2015 foram 10.535 e em 2014 foram 4041 espaços.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Miranda, destacou o papel do sector na dinamização do turismo, advogando que o alojamento local permitiu “maior capacidade” de acomodação em Portugal, “que foi necessária e fundamental neste crescimento do turismo”, e trouxe também diversidade, melhorando a competitividade do turismo em termos internacionais.
“Sem o alojamento local era absolutamente impossível pensar nos crescimentos que tem hoje o turismo”, declarou Eduardo Miranda, indicando que este tipo de acomodação turística já representa “um terço das dormidas e perto disso em termos de hóspedes”.
Relativamente aos investidores no sector, o responsável da ALEP disse que 94% dos titulares de alojamento local são pequenos proprietários com uma a três unidades, em que “72% têm uma única unidade”.
“São qualquer coisa como 30 mil famílias hoje e microempresas que vivem e dependem do alojamento local”, revelou o dirigente associativo. Os grandes empresários a investir no sector representam “menos de 4% do total do alojamento local nos principais destinos”.
Em termos de perspectivas sobre o futuro, Eduardo Miranda manifestou-se optimista, devido aos prémios que o país tem recebido na área do turismo, reiterando, no entanto, que é necessário haver estabilidade legislativa.
“Portugal é hoje o destino da moda a nível internacional e, nesse sentido, vai ser preciso, como é óbvio, aumentar também a capacidade de receber, seja em termos qualitativos, seja em termos quantitativos. É nesse ponto que o alojamento local pode e vai contribuir bastante não só de uma forma flexível, aumentando a capacidade de alojamento, porque sem alojamento não há turismo, mas também trazendo diversidade, ou seja, as pessoas hoje viajam mais e querem outros tipos de solução também de acomodação”, afirmou o presidente da ALEP.
Para o representante dos titulares de alojamento local em Portugal, o país ganhou um protagonismo a nível internacional na área do turismo. “É talvez um dos maiores fenómenos em termos de turismo internacional dos últimos anos. Isso vai continuar a trazer mais turistas, mais receita, vai continuar a ser um motor fundamental da economia”, afirmou.