Marcelo diz que Associação das Vítimas "vai fazer história"

Presidente da República deixa elogios à associação, que diz ser algo novo no país.

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O Presidente da República à saída da sede da associação, numa antiga escola primária LUSA/PAULO NOVAIS

O Presidente da República afirmou hoje que a Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) "vai fazer história no país", por ser uma instituição que não fica presa à memória e que se vira para o futuro.

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O Presidente da República afirmou hoje que a Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) "vai fazer história no país", por ser uma instituição que não fica presa à memória e que se vira para o futuro.

Na inauguração da sede da AVIPG, situada numa antiga escola primária da aldeia da Figueira, Marcelo Rebelo de Sousa vincou que a associação "fez história, faz história e vai fazer história neste país", considerando que acompanhar o percurso daquela instituição é também "compreender um pouco a história" dos últimos seis meses.

Para o Presidente da República, a associação apresenta um conceito que "é muito novo" em Portugal, assumindo três dimensões: a memória, o futuro e o desenvolvimento económico do território.

"Estas três dimensões juntas são muito raras", observou, sublinhando o facto de AVIPG ser "uma associação virada para o futuro e com um horizonte que não tem limite".

No entanto, notou, essa diferença da associação foi por vezes difícil de compreender pela sociedade portuguesa.

"Havia quem me perguntasse: "Mas afinal como era? Aquela iniciativa não se esgota naquilo que é justo relativamente às perdas que existiram, na ideia de se sensibilizar para o que se passou, mas quer mais. Até onde é que vão?" Estamos numa sociedade que está habituada a estas diferenças. É uma realidade nova", constatou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a associação "é diferente e é bom que seja exemplar no sentido de abrir um caminho diferente".

Durante o discurso na inauguração da sede, o Presidente da República sublinhou que a associação nasce a partir de um "momento doloroso" e que assume a dimensão da memória, não para ficar preso a ela, mas para aprender com a mesma.

A associação, notou, "quis ir mais além e quis passar uma outra dimensão que já não era de passado - uma dimensão de futuro".

E essa dimensão foi abraçada não a partir "daquela coisa banal que se diz que a vida continua", mas fazendo "uma vida diferente", recriando-a, explicou.

Por fim, vincou, a associação "reconverte-se numa verdadeira associação para o desenvolvimento económico, social, cultural e humano destas terras, sem mudar o nome", querendo "criar o futuro e ajudar a abrir pistas para esse futuro".

E isso, afirmou, não passa apenas pela reflorestação, combate aos incêndios ou proteção das populações, mas por um "olhar para um projeto de vida diferente nestas terras".