Tapar um olho por Karim, o bebé em risco de ficar cego

A lesão do bebé sírio deu origem a uma campanha viral no Twitter e no Facebook, marcada pelas hashtags #SolidarityWithKarim e #StandWithKarim. Numa semana, Karim tornou-se num dos símbolos do conflito civil que começou sete anos antes de ele nascer.

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Matthew Rycroft, embaixador e representante do Reino Unido nas Nações Unidas foi um dos que aderiram à campanha online de solidariedade Matthew Rycroft /Twitter

A guerra tirou-lhe um olho e fracturou-lhe o crânio. O bebé Karim Abdel Rahman, ferido num bombardeamento em Outubro, continua a batalhar para não perder a visão do outro olho, enquanto, por todo o mundo, milhares de pessoas partilham fotos com um olho tapado, em solidariedade para com a criança síria que se está a tornar o símbolo da crise humanitária no leste de Ghouta, enclave da oposição nos arredores de Damasco, cercado pelo regime de Bashar al-Assad. Um bombardeamento levou-lhe também a mãe.

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A guerra tirou-lhe um olho e fracturou-lhe o crânio. O bebé Karim Abdel Rahman, ferido num bombardeamento em Outubro, continua a batalhar para não perder a visão do outro olho, enquanto, por todo o mundo, milhares de pessoas partilham fotos com um olho tapado, em solidariedade para com a criança síria que se está a tornar o símbolo da crise humanitária no leste de Ghouta, enclave da oposição nos arredores de Damasco, cercado pelo regime de Bashar al-Assad. Um bombardeamento levou-lhe também a mãe.

A lesão de Karim deu origem a uma campanha que se tornou viral no Twitter e no Facebook, com pessoas – desde cidadãos anónimos a políticos, diplomatas, activistas e jornalistas – a partilharam fotografias marcadas com as hashtags #SolidarityWithKarim e #StandWithKarim e em que cobrem um dos olhos com uma mão.

Lançada no Twitter por Amer Almohibany, fotojornalista freelance na agência de notícias AFP, a campanha colheu o apoio, entre outros, do primeiro ministro libanês Saad Hariri, do futebolista francês Franck Ribéry e do representante permanente do Reino Unido nas Nações Unidas, Matthew Rycroft.

Juntaram-se à campanha os jornalistas e restante equipa da agência de notícias turca Anadolu, os Capacetes Brancos (a organização de voluntários que assumiu o socorro das vítimas dos ataques nas zonas controladas pela oposição) e a refugiada síria Bana Alabed, que descreveu no Twitter o conflito em Aleppo. Numa semana, Karim tornou-se um símbolo do conflito civil que começou sete anos antes de ele nascer.

"Ele e a mãe foram atingidos por um ataque de artilharia num mercado em Hammuriah, em Ghouta Oriental. A mãe de Karim foi morta nesse ataque e Karim sofreu graves ferimentos no crânio", disse o sindicato de Assistência Médica e Organizações de Socorro, um grupo de assistência humanitária e médica às vítimas da guerra da Síria, citado pela CNN.

De acordo com esta televisão norte-americana, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos também testemunhou o bombardeamento em Hammuriah, a 29 de Outubro, e noutros locais nos subúrbios de Damasco. O grupo diz que monitorizou um bombardeamento das forças do regime a um jardim-de-infância, em Kafr Batna, que feriu quatro crianças. O observatório registou ainda a morte de uma criança na sequência de bombardeamentos em Saqba, onde outros três cidadãos ficaram feridos.

De acordo com Amer Almohibany, no Twitter, o bebé corre risco de perder a visão do outro olho, caso não seja submetido a uma cirurgia. Karim é uma das 600 pessoas que precisam de sair da zona oriental de Ghouta, cercada desde 2013 pelo regime de Assad, para ter acesso a tratamento médico, escreveu o fotojornalista na rede social. O Comité Internacional da Cruz Vermelha descreveu a situação humanitária neste subúrbio de Damasco como "crítica".