A Livraria Lello abre ao público com uma lotaria à porta

A livraria vai abrir portas na véspera de Natal, com uma lotaria em homenagem à Livraria Lello a ser vendida à porta

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A livraria faz 112 anos a 13 de Janeiro pp paulo pimenta

Por cima da porta da Livraria Lello, ainda hoje podemos encontrar a inscrição do dono anterior aos irmãos Lello. “Livraria Chardron”, lê-se por baixo do número 144, na Rua das Carmelitas. A história remonta ao século XIX e coloca Ernesto Chardron na rota da sorte grande. O francês ganhou a lotaria que o fez abandonar o trabalho como caixeiro na Livraria Moré (então a mais conceituada livraria do Porto) para construir o seu próprio negócio.

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Por cima da porta da Livraria Lello, ainda hoje podemos encontrar a inscrição do dono anterior aos irmãos Lello. “Livraria Chardron”, lê-se por baixo do número 144, na Rua das Carmelitas. A história remonta ao século XIX e coloca Ernesto Chardron na rota da sorte grande. O francês ganhou a lotaria que o fez abandonar o trabalho como caixeiro na Livraria Moré (então a mais conceituada livraria do Porto) para construir o seu próprio negócio.

Este episódio acontece em 1869, com o dinheiro da lotaria, que lhe permitiu construir a Livraria Chardron que viria a publicar os primeiros exemplares de Camilo Castelo Branco ou Eça de Queirós. Esta é a história dos primórdios da Livraria Lello e que faz a ponte para a ideia de criar uma lotaria em homenagem à livraria, que vai à roda dia 29 de Janeiro do próximo ano, mas que começa esta sexta-feira a ser vendida.

E a venda não se faz só nos locais habituais, como os quiosques e papelarias. À porta da Livraria Lello, a tradição marcará presença através do típico cauteleiro que terá nas mãos as fracções da lotaria, com o custo de cinco euros. Na véspera de Natal, o cauteleiro emprestado por um mediador da cidade marca presença à porta da livraria. No mesmo dia em que, como se tornou um hábito nos últimos dois anos, a livraria do centro histórico do Porto abre portas até às 17h, sem qualquer custo, e com um cálice de vinho do Porto para oferecer aos visitantes.

A ideia de unir a Livraria Lello e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa não surge só pela história de Ernesto Chardron. As obras de restauro da livraria levaram à descoberta de balcões que continham, por baixo, dezenas de bilhetes da lotaria das décadas de 1920 a 1940 colados.

A juntar a toda esta história que liga os livreiros à tentativa de ganhar a sorte grande, o 112º aniversário da Livraria Lello, celebrado no dia 13 de Janeiro, deu mais um argumento para se juntarem à lotaria – intitulada “Livraria Lello – 112 Anos”. O primeiro prémio tem o valor de 600 mil euros, no total das duas séries.