Consórcio do Porto quer fazer parte de associação europeia de investigação de cancro

Esta integração poderá levar à atribuição de fundos para investigações na área do cancro e à partilha de ideias, metodologias e boas práticas.

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Células da mama cancerosas DR

Um consórcio criado pelo Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) e pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) pretende integrar o Cancer Core Europe, uma associação dedicada à investigação do cancro.

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Um consórcio criado pelo Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) e pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) pretende integrar o Cancer Core Europe, uma associação dedicada à investigação do cancro.

A candidatura a esta associação, segundo um comunicado divulgado esta quarta-feira, é um dos dados a anunciar na próxima quinta-feira, no i3S, durante a apresentação do relatório de actividades do Porto.Comprehensive Cancer Centre (Porto.CCC), que resulta de uma parceria entre aquele instituto de saúde e o IPO-Porto.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do conselho de administração do IPO-Porto, Laranja Pontes, avançou que esta integração poderá levar à atribuição de fundos para investigações na área do cancro e à partilha de ideias, metodologias e boas práticas com as seis instituições que já integram a associação. “O Porto.CCC é um prestador de cuidados de saúde de grande volume, que tem integrado no tratamento a componente de investigação clínica, translacional e básica, num padrão muito elevado”, indicou Laranja Pontes.

No período de um ano, o consórcio produziu 380 trabalhos científicos, publicados em revistas internacionais de oncologia, e participou em 120 ensaios clínicos (alguns na área da imuno-oncologia).

“Conseguimos ter cada vez mais a confiança das entidades que fazem investigação clínica, somos contactados para ensaios de fase muito inicial, que são os mais interessantes do ponto de vista científico e mesmo de prestação de serviços e acesso a medicamentos inovadores”, acrescentou o presidente do conselho de administração do IPO-Porto. A decisão de construir o Porto.CCC, referiu ainda, assumiu-se como “um passo estratégico num universo europeu, e mundial até, extremamente competitivo”.

“[O i3S e o IPO-Porto] não são competidores em nada, completamo-nos. Sozinhos não somos capazes de fazer tudo”, sublinhou, dizendo que juntos são “mais fortes e muito mais competitivos” e representam “o que de melhor se faz em oncologia em Portugal”.

Manuel Sobrinho Simões, director do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) e membro da comissão directiva do i3S, referido na nota informativa, considera que o IPO-Porto “é muito bom” nos cancros da próstata, bexiga, rim e linfomas, enquanto o Ipatimup, e agora o i3S, é uma “referência mundial” nos cancros do estômago e da tiróide e outros órgãos endócrinos e neuroendocrinos. Além disso, partilham “créditos nos cancros colorretal e de mama”, sendo por isso “uma parceria que faz todo o sentido”.

O consórcio já foi convidado a integrar a Rede Europeia de Referência (RER) Genturis, que visa melhorar a assistência e os cuidados de saúde prestados aos doentes e às famílias com síndromes hereditários raros ligados ao cancro, através de investigação colaborativa entre parceiros nacionais e europeus. A Genturis conta com a participação da investigadora Carla Oliveira, do i3S, da patologista Fátima Carneiro, do Centro Hospitalar São João, e do investigador Manuel Teixeira, do IPO-Porto.

O Porto.CCC pretende organizar uma conferência internacional dedicada à investigação do cancro na Europa, que contará com a presença do comissário europeu Carlos Moedas e de mais de uma dezena de especialistas mundiais na área do cancro, com data prevista para 14 de Fevereiro de 2018.