O preconceito existe, mas lá fora “a opinião sobre Portugal está a mudar”
Alguns dos membros do Conselho da Diáspora Portuguesa encontraram-se na Universidade Católica, em Lisboa, para partilhar as suas experiências além-fronteiras. Falou-se em preconceito, mas também de perseverança e das oportunidades fora de Portugal.
Uma cientista, um actor, uma fotógrafa, vários directores-gerais e uma realizadora de cinema independente foram alguns dos portugueses, conselheiros da Diáspora Portuguesa, que na tarde desta terça-feira partilharam as suas experiências com estudantes e outros emigrantes na Business School da Universidade Católica, em Lisboa.
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Uma cientista, um actor, uma fotógrafa, vários directores-gerais e uma realizadora de cinema independente foram alguns dos portugueses, conselheiros da Diáspora Portuguesa, que na tarde desta terça-feira partilharam as suas experiências com estudantes e outros emigrantes na Business School da Universidade Católica, em Lisboa.
Para Ricardo Monteiro, ex-presidente da Havas Worldwide, “o mais difícil foi vencer o preconceito” associado à imagem dos portugueses em alguns países do mundo.
Apesar de tudo, o gestor, que saiu de Portugal para estudar na Bélgica em 1974, diz que “a opinião sobre Portugal está a mudar”. Hoje, "muitas pessoas conseguem fazer de Portugal a base para depois terem uma carreira internacional", defende.
Foi essa a estratégia utilizada pela astrobióloga Zita Martins. O seu percurso iniciou-se no Instituto Superior Técnico (IST), onde tirou a licenciatura em Química, e daí passou para a Holanda. Como queria seguir uma carreira no ramo da Astrobiologia e "essa opção não existia em Portugal", decidiu-se pela emigração em 2002. Se tivesse ficado por cá, nunca estaria onde está hoje, reconhece Zita Martins.
O objectivo da cientista era colocar Portugal no mapa da Astrobiologia. Assim, perseguiu o seu sonho "lá fora" e 16 anos depois está de regresso ao país como professora convidada no IST.
Quanto à valorização da ciência em Portugal, John Melo, director-geral da Amyris Biotechnologies, uma empresa do ramo da biotecnologia, avisa que "é necessário um ecossitema de apoio à inovação" em Portugal. Além disso, é preciso "aprender a aceitar os erros", diz o açoriano que vive nos Estados Unidos desde 1973.
Rui Portela, um cientista que aos 29 anos está prestes a partir para um programa de pós-doutoramento numa empresa farmacêutica na Bélgica, participou no evento porque diz que é interessante "ver como os portugueses se relacionam a nível internacional e em diferentes áreas". Apesar de estar de saída, não esconde que, "se houver uma oportunidade de trabalho interessante, a ideia é voltar".