Fernando Pinto e o futuro na TAP: “Estou absolutamente realizado”
Presidente executivo da transportadora aérea acaba mandato no fim do mês e ainda não está decidido se mantém liderança.
O mandato de Fernando Pinto acaba dentro de dias (no final do mês) mas ainda não se sabe se vai ou não cumprir mais um mandato à frente da TAP. “Não há nada definido, a decisão é dos accionistas”, afirmou o presidente executivo da empresa, cargo que ocupa há 17 anos (é tido como o gestor que está há mais tempo à frente de uma companhia aérea).
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O mandato de Fernando Pinto acaba dentro de dias (no final do mês) mas ainda não se sabe se vai ou não cumprir mais um mandato à frente da TAP. “Não há nada definido, a decisão é dos accionistas”, afirmou o presidente executivo da empresa, cargo que ocupa há 17 anos (é tido como o gestor que está há mais tempo à frente de uma companhia aérea).
Num encontro da administração da TAP com jornalistas, e após ter sido questionado sobre a sua permanência na empresa, Fernando Pinto afirmou que o “importante é que a decisão seja de todos”, num processo de triangulação que envolve os accionistas privados (David Neeleman, Humberto Pedrosa e o seu filho, David, e o grupo chinês HNA) e o Estado.
O certo é que o ambiente geral parece o de um fim de ciclo, com Fernando Pinto, de 68 anos, a adiantar que a empresa “tem de apostar em novos talentos” e a recordar que tinha sido contratado pelo Estado para privatizar a empresa, algo que já está feito e “com sucesso”.
Olhando para trás, divide o tempo na TAP em duas etapas: a primeira, que durou 15 anos, e que foi de “sobrevivência” mas também “de crescimento”, e a segunda, iniciada com a efectivação da privatização ao consórcio Atlantic Gateway (alterada depois pelo Governo PS, ficando o Estado como accionista com 50%). Um outro mandato, disse, “seria a terceira etapa”.
A recuperação financeira da transportadora, disse, está no bom caminho, e até é possível que o grupo dê lucros este ano (para isso dependerá o nível sucesso da transportadora aérea, e um menor insucesso do negócio de manutenção no Brasil).
“Estou absolutamente realizado” na TAP, vincou Fernando Pinto, adiantando que seja como for não se quer desligar do futuro da empresa, nem que seja ficando como accionista. O recado final, esse, foi o da indefinição: “Nada está ainda decidido. Na hora certa vamos anunciar o que for”, e isso, diz, será “o melhor para a TAP”. Numa fase em que se adiantam vários cenários, um deles é Fernando Pinto ficar no cargo por mais algum tempo, mas sem cumprir um novo mandato na íntegra.
Como eventual sucessor tem sido avançado o nome de Antonoaldo Neves, actual administrador executivo e ex-presidente executivo da Azul, transportadora aérea brasileira (criada por Neeleman e cujo capital ajudou a dispersar em bolsa, objectivo que também tem a TAP).
Em termos da operação, Fernando Pinto afirmou que este ano a TAP vai ultrapassar a fasquia dos 14 milhões de passageiros, o que representa uma subida de 20% face ao ano anterior. Parte do crescimento, destacou, foi através da conquista de quota de mercado à concorrência, incluindo as low cost, já que a oferta disponível da empresa subiu 8%. Há ainda uma aposta em novas rotas, como Lisboa/Florença, e o retomar das ligações do Porto a Milão e Barcelona.
No processo de recuperação da TAP está também contemplado o investimento nos aviões, seja a remodelação dos existentes ao nível do seu interior, seja a compra de novos aparelhos. Neste último caso, no segundo semestre do próximo ano vão chegar seis novos Airbus 330-900 NEO, cabendo à transportadora portuguesa a estreia destes modelos no mercado.