Só um em cada cem portugueses diz ter casa termicamente confortável
Dos cerca de mil inquiridos, 74% consideram as suas casas frias no Inverno, 25% dizem que são quentes no Verão e apenas 1% refere que a sua casa é termicamente confortável. Por isso, os gastos de energia para colmatar as necessidades de aquecimento são elevados, diz a Quercus.
Somente um em cada cem portugueses considera a sua casa termicamente confortável, enquanto quase três quartos dizem ter frio dentro de casa, levando a elevados gastos de energia no aquecimento, segundo um inquérito divulgado pela Quercus.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Somente um em cada cem portugueses considera a sua casa termicamente confortável, enquanto quase três quartos dizem ter frio dentro de casa, levando a elevados gastos de energia no aquecimento, segundo um inquérito divulgado pela Quercus.
Dos cerca de mil inquiridos, 74% consideram as suas casas frias no Inverno, 25% dizem que são quentes no Verão e apenas 1% refere que a sua casa é termicamente confortável e, por isso, os gastos de energia para colmatar as necessidades de aquecimento são elevados, refere a informação apresentada nesta segunda-feira.
O inquérito foi lançado pelo Portal da Construção Sustentável em colaboração com a Quercus e realizado entre Fevereiro e Agosto de 2017 com o objectivo de perceber se os portugueses consideram a sua casa fria, quente ou confortável.
Dos portugueses que apontam ter a sua casa fria no Inverno, 35% recorrem a mais roupa e mais equipamentos para se aquecerem, 21% têm equipamentos para esse fim e 20% só fazem uso de mais vestuário.
Problemas de saúde
No caso dos inquiridos que consideram a sua casa fria, 21% referem haver "um aumento significativo" do consumo de energia — de quase o dobro — para manter o conforto, 37% dizem não possuir qualquer isolamento em casa, quase a mesma percentagem daqueles que diz não saber se a sua casa possui isolamento (35%).
A maioria habita edifícios construídos entre 1980 e Abril de 2004, a maior parte com vidros duplos nas janelas, mas não possuem caixilharias com ruptura térmica, "o que de nada adianta a eficiência do vidro", segundo os ambientalistas.
A Quercus recorda que, em 2003, uma investigação realizada pela Universidade de Dublin concluía que Portugal é um dos países da União Europeia (UE) "onde mais se morre por falta de condições de isolamento e aquecimento nas casas".
No inquérito agora divulgado pela associação, entre os inquiridos que têm frio em casa, quase 25% dizem que no seu lar existem pessoas com problemas de saúde devido ao desconforto térmico, principalmente respiratórios e alergias.
"É nos edifícios que passamos cerca de 90% dos nossos dias", realça a Quercus, por isso, considera que os decisores governamentais e os municípios devem tentar perceber como evitar o desconforto térmico.
A associação aponta o poder de compra dos portugueses e "a electricidade mais cara da Europa" para referir ser "natural que tendam a recorrer a apenas mais roupa" para enfrentar o frio em casa.
Para os ambientalistas, deviam ser definidas políticas locais que beneficiem a reabilitação sustentável dos edifícios existentes, apostando no isolamento para que o calor gerado dentro de casa se mantenha.
"É preciso criar instrumentos efectivamente eficazes, que informem convenientemente os portugueses e que sejam uma obrigatoriedade", salientam.
A Quercus lembra que a eficiência energética, "além de uma necessidade evidente, é uma obrigatoriedade" estipulada na directiva europeia sobre o desempenho energético dos edifícios.
Esta obriga a que a partir de 1 de Janeiro de 2019 os novos edifícios públicos, e de 1 de Janeiro de 2021, os particulares tenham necessidades quase nulas de energia.
Como 40% do consumo total de energia na UE corresponde aos edifícios, segundo a Quercus, o aumento da sua eficiência energética é uma das medidas necessárias para reduzir a dependência energética e para diminuir as emissões de gases com efeito de estufa.