Portugal supera Itália. Decisão da Fitch atrai investidores e faz descer juros da dívida

Obrigações a dez anos mantém tendência de descida e ficam abaixo das italianas.

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Agência passou a nota para BBB, dois graus acima de “lixo” REUTERS/Brendan McDermid

As obrigações do tesouro (OT) português voltaram a descer nesta segunda-feira, chegando a um valor que não se via desde Março de 2015, com a taxa de juro implícita no mercado secundário a situar-se nos 1,779% pelas 10h desta segunda-feira, de acordo com os dados da Reuters. Horas depois, às 14h50, estavam nos 1,775%

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As obrigações do tesouro (OT) português voltaram a descer nesta segunda-feira, chegando a um valor que não se via desde Março de 2015, com a taxa de juro implícita no mercado secundário a situar-se nos 1,779% pelas 10h desta segunda-feira, de acordo com os dados da Reuters. Horas depois, às 14h50, estavam nos 1,775%

Com esta taxa, Portugal mantém-se ligeiramente abaixo da Itália (1,794%), algo que foi impulsionado pela decisão da Fitch.

Na sexta-feira à noite, a agência de rating não só tirou Portugal do nível de “lixo” em termos da classificação de investimento, como subiu a nota em dois níveis de uma só vez. Esta manhã, os juros das OT a dez anos chegaram a estar em níveis ainda mais baixos.

No auge da crise, Portugal viu as taxas de juro subirem para dois dígitos, algo que chegou a durar mais de um ano (entre meados de 2011 e 2012).

A diferença face à dívida espanhola ronda agora os 30 pontos base, passando a cerca de 148 pontos base se a comparação for feita com a Alemanha.

Antes da Fitch, já a S&P tinha tirado a Portugal a classificação de “lixo”, pelo que, havendo agora duas grandes agências global a colocar o país com grau de investimento, há condições para mais investidores comprarem a dívida nacional (o que faz diminuir os custos de financiamento).

Conforme noticiou o PÚBLICO na sexta-feira, nas explicações que foram dadas pela Fitch para a decisão de passar o rating português de BB+ para BBB, a agência destacou dois grandes factores: a descida do rácio da dívida pública no PIB conseguida este ano, e a redução gradual e sustentada do endividamento externo do país.