Oposição critica novo plano de teatros anunciado pela Câmara de Lisboa
A vereadora da Cultura anunciou um novo plano municipal que abrange 11 teatros e que tem por objectivo resgatar lugares associados à cultura, como o Teatro do Bairro Alto, e diversificar a oferta cultural da cidade.
Os vereadores da oposição na Câmara Municipal de Lisboa (CML) teceram nesta segunda-feira críticas ao novo projecto de gestão dos teatros da cidade anunciado pela vereadora da Cultura, dizendo esperar que "não se repita o exemplo do Capitólio".
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Os vereadores da oposição na Câmara Municipal de Lisboa (CML) teceram nesta segunda-feira críticas ao novo projecto de gestão dos teatros da cidade anunciado pela vereadora da Cultura, dizendo esperar que "não se repita o exemplo do Capitólio".
O novo projecto de gestão dos teatros da Câmara de Lisboa tem por objectivo resgatar lugares associados à cultura, como o Teatro do Bairro Alto, e diversificar a oferta cultural da cidade, segundo disse a vereadora da Cultura em entrevista ao PÚBLICO.
O novo plano municipal abrange 11 teatros, dois dos quais — São Luiz e Maria Matos — estão sob gestão da Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), sendo os restantes o Teatro Aberto, o Cinearte, o espaço do Teatro Meridional, o Teatro Taborda, A Comuna, o Capitólio, o Teatro Luís de Camões, o Teatro Variedades e o Teatro do Bairro Alto.
Em declarações à agência Lusa, Catarina Vaz Pinto explicou que o novo plano contempla que apenas o Teatro Maria Matos será gerido por uma entidade externa. Segundo a autarca, os trabalhadores do teatro já foram informados da situação e não vão perder os postos de trabalho, já que continuam a ser funcionários da CML.
O que vai acontecer no Maria Matos "é semelhante ao que acontece actualmente com o Teatro Aberto, A Comuna, o Cinearte e o Teatro Taborda que, sendo teatros municipais, não são geridos pela autarquia", concluiu.
Contactado pela agência Lusa, o vereador comunista Carlos Moura elencou que "o caminho para os teatros é a gestão municipal", pelo que o PCP "não pode estar de acordo" com este plano. "O que assistimos preocupa-nos e abre caminho à privatização de outros teatros, o que não é benéfico para Lisboa", vincou o eleito, acrescentando que "não é esta a orientação que foi prometida pela maioria PS para a cidade".
O PSD "gostava de ter tido conhecimento" através da CML, e não da comunicação social, como aconteceu. "Gostava de ter mais conhecimento com detalhe, por isso vamos pedir informações sobre isso, para sabermos exactamente o que é, em que termos, quais os objectivos, e ouvir também os trabalhadores", afirmou o eleito João Pedro Costa. Também o CDS-PP quer "esperar pela proposta para ver com mais detalhe qual a intenção da Câmara" com este plano. "Esperamos que o exemplo do Capitólio não se volte a repetir", salientou João Gonçalves Pereira.
O vereador Ricardo Robles, do BE, remeteu comentários a este plano para quando obtiver mais informações.
A vereadora disse ainda que o Teatro do Bairro Alto vai ser cedido por arrendamento a uma entidade que apresente um projecto, a ser seleccionado através de concurso, e ficará direccionado para as artes performativas mais experimentais e de carácter emergente. Já o Teatro Luís de Camões, em Belém, "ficará vocacionado para a programação infanto-juvenil", e o seu modelo de gestão será semelhante ao do Bairro Alto, adiantou Catarina Vaz Pinto.
A autarca calcula que o novo modelo para estes teatros possa ser posto em prática a partir de Setembro ou Outubro do próximo ano e concretizar-se até ao início de 2019, alegando que há todo um trabalho de programação que não se faz de um dia para o outro.