Flexibilidade curricular: os maiores receios estão no 10.º ano
Impacto no acesso ao ensino superior preocupa os pais e as escolas, que defendem mudanças nos exames.
De que forma vai a flexibilidade curricular afectar, nos exames nacionais, a prestação dos alunos envolvidos no projecto? Pais e professores parecem não ter resposta. O 10.º ano é, por isso, a fonte de principais preocupações quanto aos impactos das mudanças educativas que estão a ser testadas neste ano lectivo. “Não temos garantia de que os nossos alunos não vão ficar prejudicados face aos outros no exame”, explica a directora do agrupamento de Escolas de Alvalade, em Lisboa, Dulce Chagas, que assim justifica a opção de “não arriscar demasiado” nas alterações implementadas no 10.º ano nesta escola.
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De que forma vai a flexibilidade curricular afectar, nos exames nacionais, a prestação dos alunos envolvidos no projecto? Pais e professores parecem não ter resposta. O 10.º ano é, por isso, a fonte de principais preocupações quanto aos impactos das mudanças educativas que estão a ser testadas neste ano lectivo. “Não temos garantia de que os nossos alunos não vão ficar prejudicados face aos outros no exame”, explica a directora do agrupamento de Escolas de Alvalade, em Lisboa, Dulce Chagas, que assim justifica a opção de “não arriscar demasiado” nas alterações implementadas no 10.º ano nesta escola.
Vários directores que falaram com o PÚBLICO no início do ano lectivo já tinham dito que a flexibilidade curricular motivaria maiores cautelas no secundário, precisamente devido a dúvidas deste tipo.
Também os pais reconhecem que o ensino secundário é aquele onde se concentram os “maiores receios”, afirma o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascensão. O ministério tem tentado afastar estas inquietações. Tiago Brandão Rodrigues garante ao PÚBLICO que nenhum aluno será prejudicado. Mesmo assim, Ascensão ainda tem incertezas: “Nesta altura, os pais ainda não sabem se a avaliação é igual para todos.”
As mudanças que estão agora a ser testadas nas escolas terão que ter um reflexo, num futuro próximo, na avaliação, defende Jorge Ascensão. “Face ao que está a acontecer, não podemos deixar de discutir e repensar o acesso ao ensino superior”, propõe o presidente da Confap.
O director do agrupamento de escolas de Moimenta da Beira, Alcides Sarmento, partilha da mesma ideia. E como vê a maior autonomia pedagógica dada às escolas e aos alunos como “uma inevitabilidade no sector”, não tem dúvidas de que “serão os exames que vão ter que se adaptar”.