Empresa japonesa vai pagar salários com bitcoins

O objectivo é promover o desenvolvimento da tecnologia.

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O Japão é um dos países que optou por oficializar as transacções com criptomoedas Reuters/THOMAS PETER

A GMO Internet, uma empresa japonesa que presta serviços financeiros online, vai começar a disponibilizar parte do ordenado dos seus empregados em bitcoins a partir de Fevereiro do próximo ano. 

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A GMO Internet, uma empresa japonesa que presta serviços financeiros online, vai começar a disponibilizar parte do ordenado dos seus empregados em bitcoins a partir de Fevereiro do próximo ano. 

 “O nosso grupo decidiu introduzir um sistema em que se pode receber parte do salário em bitcoins para promover a continuação do desenvolvimento e expansão das divisas digitais”, lê-se no comunicado publicado pela empresa esta semana.

“O objectivo é aumentarmos a nossa própria literacia a utilizar bitcoins”, esclarece Harumi Ishii, uma porta-voz da empresa em declarações à imprensa. Desde Maio que a empresa já disponibiliza um serviço de transacções de criptomoedas. Ishi esclarece que “os trabalhadores apenas recebem o salário em bitcoins se quiserem.”

A oferta vai estar disponível para quatro mil dos perto de cinco mil trabalhadores na empresa. Os interessados podem escolher receber entre 10,000 yen a 100,000 yen por mês em bitcoin (entre 75 e 750 euros). “O método usado é deduzir a porção do salário e utilizá-la para comprar bitcoin”, explica a empresa.

A partir de Janeiro a GMO Internet também vai começar a criar bitcoins – um processo conhecido por mining – ao validar transacções na blockchain (a base de dados distribuída que permite o funcionamento da bitcoin). O conceito é o de atribuir uma recompensa a quem gastou recursos (tempo, electricidade, capacidade de processamento) na manutenção da blockchain.

O Japão é um dos países que optou por oficializar as transacções com criptomoedas. O objectivo é proteger os investidores de fraudes, e apoiar a inovação tecnológica. Por isso, o sistema impõe vários requerimentos às empresas de transacções de moedas digitais, como a verificação da identidade dos utilizadores, para prevenir lavagem de dinheiro.