Reunião “muito proveitosa” mas sem novidades de fundo na Autoeuropa

Encontro entre o ministro, comissão de trabalhadores e gestão durou mais de três horas.

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Miguel Sanches, director-geral da Autoeuropa MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Nada de muito concreto se esperava da reunião entre o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, a administração da Autoeuropa e a comissão de trabalhadores (CT), e nada de muito concreto foi anunciado quando esta acabou. Marcado para esta sexta-feira de manhã, na sequência do impasse laboral que se vive na fábrica da Volkswagen em Palmela, o encontro durou mais de três horas, para depois se concluir que as partes vão continuar a negociar, com nova reunião agendada para segunda-feira.

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Nada de muito concreto se esperava da reunião entre o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, a administração da Autoeuropa e a comissão de trabalhadores (CT), e nada de muito concreto foi anunciado quando esta acabou. Marcado para esta sexta-feira de manhã, na sequência do impasse laboral que se vive na fábrica da Volkswagen em Palmela, o encontro durou mais de três horas, para depois se concluir que as partes vão continuar a negociar, com nova reunião agendada para segunda-feira.

O encontro serviu também para verificar as posições das duas partes envolvidas directamente no processo: Fernando Gonçalves, coordenador da CT, explicou que se mantêm os plenários convocados para dia 20, quarta-feira, após a organização dos trabalhadores ter afirmado na terça-feira passada que o novo modelo laboral, a aplicar de forma unilateral pela gestão, é mais desfavorável do que o anterior (chumbado pelos funcionários) e contraria “a vontade expressa pela maioria dos trabalhadores”. Nessa data, a CT disse que “rejeita por completo” a decisão da administração, e que deveria “ser retomado o processo negocial”. Agora, resta saber se da reunião agendada para a próxima segunda-feira sairá alguma novidade a apresentar a tempo dos plenários.

Por seu lado, o director-geral da Autoeuropa, Miguel Sanches, numa série de declarações sem direito a perguntas dos jornalistas, classificou a reunião no ministério como “muito produtiva e proveitosa" mas remeteu eventuais novidades apenas para depois de Agosto, período em que termina o novo modelo laboral anunciado pela gestão na passada terça-feira de manhã. O que pode mudar “é o modelo de trabalho do segundo semestre", disse o responsável da fábrica alemã onde se produz o novo modelo automóvel, o T-Roc, citado pela Lusa.

De resto, a gestão já afirmara que “o período após Agosto vai ser discutido com a Comissão de Trabalhadores”, mostrando-se assim firme na aplicação do novo esquema laboral a vigorar nos primeiros meses do próximo ano, de forma a conseguir cumprir com as encomendas.

Por parte do Governo, o ministro Vieira da Silva disse que existe “um ambiente de diálogo franco e aberto das duas partes e o sinal de recomeçar o diálogo é extremamente positivo", para depois afirmar que não quer "minimizar a dificuldade da situação". Este é "um momento muito importante de consolidação do novo projecto” da fábrica de Palmela, sublinhou, e que “vai alargar a gama de produção, aprofundar a dinâmica e colocá-la melhor nos desafios futuros no sector automóvel".

Por parte do executivo, o governante disse que irá continuar a acompanhar a situação da fábrica e que poderá assumir "responsabilidades em algumas dimensões" como a criação e reforço de "equipamentos sociais de apoio à família" e ajudar a responder aos novos horários. Já a "responsabilidade principal" para ultrapassar este impasse negocial, essa, "é das partes", concluiu Vieira da Silva.

Entre Agosto (quando começaram a ser produzidos os primeiros T-Roc) e Novembro, a fábrica de Palmela duplicou o número de unidades produzidas face ao ano passado, tenho chegado às 46 mil. Além do novo modelo, um veículo utilitário desportivo, a Autoeuropa monta também os modelos Sharan e Seat Alhambra. Para o ano que vem a meta passa por produzir cerca de 240.000 unidades, das quais 183.000 serão do T-Roc. Com Lusa