Quotas de refugiados põem Avramopoulos contra Tusk
"Este documento mina um dos principais pilares do projecto europeu: a solidariedade”, criticou o comissário grego.
Donald Tusk protagonizou uma rara zaragata entre instituições europeias, ao enviar uma carta aos governos propondo que seja abandonado o sistema de quotas para distribuir refugiados pelos países da UE, medida que está na agenda europeia desde 2015 sem que se consiga alcançar um acordo entre os Estados. O comissário europeu das Migrações, o grego Dimitris Avramopoulos, classificou a iniciativa do presidente do Conselho Europeu de “inaceitável e anti-europeia”.
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Donald Tusk protagonizou uma rara zaragata entre instituições europeias, ao enviar uma carta aos governos propondo que seja abandonado o sistema de quotas para distribuir refugiados pelos países da UE, medida que está na agenda europeia desde 2015 sem que se consiga alcançar um acordo entre os Estados. O comissário europeu das Migrações, o grego Dimitris Avramopoulos, classificou a iniciativa do presidente do Conselho Europeu de “inaceitável e anti-europeia”.
Vários países ficaram irritados com a linguagem usada por Tusk, que para tentar avançar com a agenda da cimeira europeia desta semana instava os países a abandonarem a abordagem das quotas obrigatórias, que demonstrou ser altamente divisiva e acabou por se revelar ineficaz.
Itália, Espanha e Grécia, países que têm estado na primeira linha da crise dos refugiados, foram dos mais ofendidos, diz o Politico. Mas também a Alemanha e a Suécia, que suportaram uma enorme pressão durante a grande vaga de refugiados vindos do Médio Oriente, sem que tenham conseguido recolocar noutros países da UE um grande número daqueles que receberam.
“O papel do presidente do Conselho é defender a unidade europeia. Este documento mina um dos principais pilares do projecto europeu: a solidariedade”, criticou o comissário Avramopoulos.
O plano traçado em 2015, e muitas vezes reescrito, previa repartir pela UE 160 mil refugiados que tinham chegado às costas gregas e italianas. Foram recolocados 32 mil em dois anos – e cerca de 1,5 milhões chegaram a estes países entre 2015 e 2016, antes de assinado um acordo com a Turquia que evita que mais de dois milhões que estão naquele país entrem através da Grécia.