Janet Yellen confirma a sua última subida de taxas
Reserva Federal norte-americana realiza a terceira subida de taxas de juro de 2017 e continua a prever três novas alterações em 2018
Na sua última reunião à frente da Reserva Federal, Janet Yellen despediu-se, como se esperava, com uma subida das taxas de juro. A autoridade monetária norte-americana confirmou deste modo que, num cenário de retoma da economia e de entusiasmo nos mercados accionistas, a retirada progressiva da política monetária expansionista continua a ser realizada de acordo com o planeado.
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Na sua última reunião à frente da Reserva Federal, Janet Yellen despediu-se, como se esperava, com uma subida das taxas de juro. A autoridade monetária norte-americana confirmou deste modo que, num cenário de retoma da economia e de entusiasmo nos mercados accionistas, a retirada progressiva da política monetária expansionista continua a ser realizada de acordo com o planeado.
No comunicado emitido esta quarta-feira, a Reserva Federal norte-americana anunciou a subida da sua principal taxa de juro de referência em mais 0,25 pontos percentuais, para um intervalo situado entre 1,25% e 1,5%. Esta foi a terceira subida realizada em 2017, sendo que tanto para 2018 como para 2019, a Fed revelou que continua a antecipar mais três subidas de 0,25 pontos em cada um desses anos.
Nessa altura, já não será Janet Yellen a anunciar a decisão. A ainda presidente da Fed irá deixar o cargo no início de 2018, depois de o presidente norte-americano ter optado por colocar Jerome Powell, que já é um membro da instituição, à frente da autoridade monetária norte-americana. A expectativa nos mercados é que Powell venha a dar continuidade à política seguida durante o último ano de subida progressiva das taxas de juro.
A opção da Fed liderada por Janet Yellen tem sido a de fazer regressar a política monetária a uma normalidade de forma muito prudente, para não arriscar um regresso das forças recessivas. A economia norte-americana regressou a taxas de crescimento mais elevadas (espera-se um crescimento de 2,5% em 2018), o desemprego caiu para mínimos (4,1%) e, nos mercados, os principais índices accionistas têm vindo a bater recordes, uma tendência que pode ainda sair reforçada com a aprovação dos cortes nos impostos no Senado. Vários analistas têm vindo a alertar para o risco de formação de uma bolha especulativa nos mercados.
No entanto, ao mesmo tempo, a inflação continua a níveis bastante moderados (abaixo dos 2% pretendidos pela Reserva Federal) e não há sinais de uma subida acentuada dos salários, o que coloca em causa a ideia de que seja preciso a Fed travar um sobreaquecimento da economia.
Perante isto, a Fed decidiu subir taxas de juro a um ritmo lento, com três mexidas em 2017 e, provavelmente, mais três em 2018. Jerome Powell, na audição que realizou no Congresso, afirmou “não sentir que se esteja perante uma economia sobreaquecida”, algo que foi lido pela generalidade dos analistas como um sinal de que não tem a intenção de acelerar a subida das taxas de juro.
Para esta quinta-feira, está também agendada uma reunião do conselho de governadores do Banco Central Europeu. Na zona euro, ainda não se chegou ao momento de começar a subir taxas de juro, esperando-se apenas de Mario Draghi que dê mais pormenores sobre a estratégia decidida em Outubro de retirada progressiva em 2018 do programa de compra de dívida pública ainda em vigor.