Maduro diz que oposição está banida das presidenciais de 2018
Presidente venezuelano diz que partidos que boicotaram municipais não podem apresentar-se.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que a maior parte dos partidos da oposição estão banidos das eleições presidenciais de 2018 porque boicotaram as municipais de domingo.
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O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que a maior parte dos partidos da oposição estão banidos das eleições presidenciais de 2018 porque boicotaram as municipais de domingo.
Os partidos Primeiro Justiça, Vontade Popular e Acção Democrática recusaram participar nas municipais porque consideram que o sistema eleitoral favorece o partido socialista bolivariano, no poder. Maduro diz que o sistema é justo.
Num discurso no domingo, o Presidente disse que os partidos da oposição "desapareceram do mapa". "Um partido que não tenha participado hoje e que apelou ao boicote das eleições não pode participar mais”, disse Maduro.
A oposição ganhou por maioria as legislativas de 2015, a que se seguiu uma série de decisões por parte das instituições controladas pelo Governo que culminou na eleição de uma assembleia constituinte, que suspendeu os trabalhos do parlamento.
Em Novembro, a assembleia constituinte aprovou uma lei contra o ódio e pela convivência pacífica, proposta pela presidência, que deu o golpe de misericórdia na fragilizada oposição, limitando toda a crítica do espaço público e abrindo caminho para as campanhas eleitorais serem favoráveis ao chavismo. Entre as medidas previstas está a criminalização de quase todos os comportamentos associados a acções de protesto, como a repetição de slogans em manifestações, a publicação de mensagens nas redes sociais ou a interrupção do trânsito.
Nas eleições de domingo, o partido de Maduro elegeu 300 dos 335 presidentes de câmara, tendo a participação sido de 47% dos eleitores. A oposição está enfraquecida e desunida, depois de a sua estratégia para combater o Presidente não ter dado os resultados esperados, apesar da pressão de instituições internacionais, incluindo a União Europeia que atribui à oposição o Prémio Sakharov deste ano.