O “pinheirinho” pode ser uma árvore a sério (e solidária)

Se ainda não tens uma árvore de Natal, ainda tens tempo para alugar um pinheiro que ajuda os bombeiros voluntários. Ou então podes ver uma obra de arte renascida dos troncos queimados nos incêndios

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A tua árvore de Natal não precisa de ser feita de plástico. Há soluções que ainda têm uma vantagem: são solidárias. O teu “pinheirinho” pode ser mesmo uma árvore que está à espera de uma segunda vida. O Pinheiro Bombeiro é uma iniciativa da start-up portuguesa Rnters que visa ajudar os bombeiros voluntários portugueses e criar um Natal mais sustentável.

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A tua árvore de Natal não precisa de ser feita de plástico. Há soluções que ainda têm uma vantagem: são solidárias. O teu “pinheirinho” pode ser mesmo uma árvore que está à espera de uma segunda vida. O Pinheiro Bombeiro é uma iniciativa da start-up portuguesa Rnters que visa ajudar os bombeiros voluntários portugueses e criar um Natal mais sustentável.

O prazo termina já dia 10 de Dezembro, mas ainda vais a tempo de encomendar e alugar um pinheiro por 20 euros, sendo que metade deste valor reverte directamente para a Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários, com quem a Rnters estabeleceu esta parceria. A empresa está sediada em Lisboa e, nesta primeira edição, só distribui nesta zona. Depois de terem sido obrigados a “repor o stock quatro vezes”, já está garantido que a iniciativa regressa para o próximo ano.

A ideia partiu dos três amigos que compõem a empresa, todos oriundos de zonas atingidas pelos incêndios deste Verão. “Como é que podemos pôr a Rnters a ajudar?”, perguntavam-se, como recorda Guilherme Guerra, um dos fundadores da start-up. A resposta surgiu pouco depois, quando um amigo lhe disse que estava a cortar pinheiros e que os iria transformar em biomassa. Fez-se luz e em poucas semanas montaram o Pinheiro Bombeiro, que reutiliza as árvores que seriam cortadas nas operações de limpeza de terrenos.

No final da campanha, todos os que ajudaram serão informados do material que foi comprado para os bombeiros com o dinheiro angariado. Mas atenção porque não são apenas os dez euros que revertem para as corporações. Todas as árvores devolvidas, entre 6 e 12 de Janeiro no Hub Creativo do Beato, vão ser transformadas em biomassa — conforme o destino inicial — e o dinheiro resultante será entregue também à Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários. Até porque, como diz Guilherme Guerra, com um pinheiro destes toda a gente pode ter um Natal com um verdadeiro cheiro da floresta.

Renascer das cinzas (com Marcelo pelo meio)

Há outras formas de ajudar, como Joana Astolfi resolveu fazer em resposta ao desafio da agência Partners. À imagem de uma fénix, a artista portuguesa decidiu transformar as árvores queimadas nos incêndios deste ano em obras de arte. Houve visita ao terreno para seleccionar as árvores, como conta ao P3, e escolher os troncos “mais escultóricos”.

O conceito foi o mais fácil para a artista. “Nós invertemos o tronco da árvore. Fica o pé do tronco para cima e a base são ramificações porque está tudo queimado”, explica. A obra nem chega a assentar no chão, tendo no topo um pinheiro verde enxertado – “o verde da esperança, é o futuro”. “Na base da árvore vamos ter um regador vermelho, em homenagem aos bombeiros e à água que vai alimentar a vida do pinheiro”, acrescentou Joana. O projecto As árvores ouvem se falarmos com elas teve inclusive o apoio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que, na próxima segunda-feira, vai receber a primeira árvore, que terá residência no Palácio de Belém. Outras árvores maiores serão distribuídas em estações de televisão, empresas e praças de municípios.

Mas o objectivo era também criar algo para o público. Joana Astolfi desenvolveu também pequenas réplicas, dentro de frascos, que serão vendidas online a dez euros, com a receita a reverter a favor das famílias das vítimas dos incêndios. Não se fixou no Natal, nem no “pinheirinho”. É mais uma homenagem que chega em época natalícia e que ficará disponível na próxima segunda-feira para venda, pegando no passado para renovar a esperança no futuro.