Lisboa, Crónica Anedótica em DVD com música de Filipe Raposo
A “sinfonia urbana” realizada em 1930 por Leitão de Barros é o novo lançamento da Cinemateca Portuguesa.
Mesmo a tempo do Natal, a Cinemateca Portuguesa dá continuidade à sua linha de edição de DVD com o lançamento de um dos títulos mais emblemáticos do cinema português do tempo do mudo, com um novo acompanhamento ao piano por Filipe Raposo. Trata-se de Lisboa, Crónica Anedótica (1930), primeira longa-metragem do multifacetado Leitão de Barros (1896-1967): realizador (de A Severa, Maria Papoila ou Ala-Arriba), arquitecto, professor, jornalista, dramaturgo e “inventor” das Marchas Populares de Lisboa (irónico quando pensamos que o cineasta nasceu no Porto...). A ocasião, coincidindo com a efeméride dos 50 anos da morte de Leitão de Barros, será marcada, na próxima quarta-feira, 13, por uma sessão de lançamento na livraria Linha de Sombra, em Lisboa.
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Mesmo a tempo do Natal, a Cinemateca Portuguesa dá continuidade à sua linha de edição de DVD com o lançamento de um dos títulos mais emblemáticos do cinema português do tempo do mudo, com um novo acompanhamento ao piano por Filipe Raposo. Trata-se de Lisboa, Crónica Anedótica (1930), primeira longa-metragem do multifacetado Leitão de Barros (1896-1967): realizador (de A Severa, Maria Papoila ou Ala-Arriba), arquitecto, professor, jornalista, dramaturgo e “inventor” das Marchas Populares de Lisboa (irónico quando pensamos que o cineasta nasceu no Porto...). A ocasião, coincidindo com a efeméride dos 50 anos da morte de Leitão de Barros, será marcada, na próxima quarta-feira, 13, por uma sessão de lançamento na livraria Linha de Sombra, em Lisboa.
Lisboa, Crónica Anedótica, documento incontornável da vida cultural lisboeta no final na década de 1920, é uma “sinfonia urbana” influenciada por obras anteriores como Berlim, Sinfonia de uma Capital, de Walther Ruttmann, ou O Homem da Câmara de Filmar, de Dziga Vertov. Mas Leitão de Barros inseriu pelo meio do seu olhar sobre o quotidiano lisboeta sequências encenadas com muitos dos nomes lendários do teatro português – Vasco Santana, Estevão Amarante, Erico Braga ou Chaby Pinheiro. Nesta edição, o filme surge com um novo e inédito acompanhamento pelo aclamado pianista Filipe Raposo, que compôs igualmente novas partituras para as duas primeiras curtas-metragens de Leitão de Barros, que surgem em “bónus” da edição (Malmequer e Mal de Espanha, ambos de 1918).
Para além das duas curtas, o DVD de Lisboa, Crónica Anedótica inclui ainda um making of do processo de preparação desta edição e um caderno bilingue (português e inglês) de 78 páginas com textos de Malte Hagener, Tiago Baptista e Afonso Cortez, e inscreve-se na colecção dedicada ao Cinema Mudo Português a que a Cinemateca deu início há poucos meses com o lançamento de Mulheres da Beira e Os Lobos, de Rino Lupo. Seguir-se-á nesta colecção, já em 2018, um DVD dedicado aos filmes mudos de Reinaldo Ferreira, o célebre Repórter X. A Cinemateca prevê ainda lançar como próximos títulos os filmes sobre Timor do poeta Ruy Cinatti (na série de DVD de etnografia, em colaboração com o Museu Nacional de Etnografia) e A Revolução de Maio, de António Lopes Ribeiro (na linha de DVD sobre documentos do Estado Novo).