Tesouros nacionais e a história do Império Português no Kremlin

Exposição Senhores do Oceano – Tesouros do Império Português do século XVI ao XVIII leva a Moscovo, até Fevereiro, obras portuguesas e estrangeiras.

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A exposição Senhores do Oceano – Tesouros do Império Português do século XVI ao XVIII foi esta sexta-feira inaugurada no Museu do Kremlin, para mostrar “a construção do império marítimo português e a sua importância para a história do mundo”, o “impacto da chegada dos portugueses” e o “diálogo cultural” por ela gerado, como disse o ministro da Cultura português em Moscovo.  

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A exposição Senhores do Oceano – Tesouros do Império Português do século XVI ao XVIII foi esta sexta-feira inaugurada no Museu do Kremlin, para mostrar “a construção do império marítimo português e a sua importância para a história do mundo”, o “impacto da chegada dos portugueses” e o “diálogo cultural” por ela gerado, como disse o ministro da Cultura português em Moscovo.  

A exposição inclui diversas peças, algumas classificadas como tesouros nacionais, provenientes de diferentes museus portugueses, como o Museu Nacional de Arte Antiga, ou os museus da Fundação Oriente e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, assim como do Palácio Nacional de Sintra e da Biblioteca Nacional.

Da mostra fazem parte peças como um cofre indiano em prata encastrada com madrepérola, um contador do Sri Lanka coberto de marfim, e uma taça goesa em prata e casca de côco – todas do século XVII –, ou um exemplar do Tratado de Tordesilhas, pertencente ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo. 

"O império marítimo português inaugurou a era da economia-mundo" e "deu início à primeira etapa do que chamamos hoje globalização", disse Luís Filipe de Castro Mendes na capital russa, na quinta-feira. Para o ministro, a exposição tem "particular simbolismo” por estar patente “no coração histórico da civilização russa – o Kremlin ou Cidadela de Moscovo".

"Esta exposição não só mostra a construção do império marítimo português e a sua importância para a História do mundo como documenta extensamente o impacto da chegada dos portugueses, portadores de uma cultura europeia, contornando a África, às longínquas paragens da Índia, da China e do Japão ou do Brasil, e, principalmente, o diálogo cultural que se estabeleceu com as culturas locais através de magníficas obras de arte que espelham a riqueza do encontro de materiais, de técnicas e de temas em que se fundem e misturam conceitos ocidentais e das civilizações contactadas", afirmou Castro Mendes.

O ministro realçou que a expansão portuguesa originou “uma acentuada troca de produtos, com a consequente revolução nos preços e a aceleração da acumulação capitalista, a viagem e troca de exemplares de fauna e de flora entre continentes, com importantes consequências para a história da alimentação, e até de populações, iniciando uma enorme importação de mão-de-obra escrava de África para as Américas, que outros impérios europeus igualmente prosseguiram".

Uma "epopeia [que] soube criar um império pluricontinental marcado pela miscigenação de povos e de culturas, que se estendeu de África e da América à Ásia e à Oceânia", afirmou o governante, referindo a consequente disseminação da língua portuguesa, "hoje a sexta mais falada no mundo".

A exposição divide-se em duas secções. A primeira mostra a Cultura e a História de Portugal, com foco na corte, na Igreja, no poderio naval, exibindo retratos de exploradores que desempenharam um papel importante nos Descobrimentos, assim como joalharia, moedas, objectos de cerimónia, armas, mapas, instrumentos de navegação e livros dos séculos XVI e XVII. A segunda secção apresenta peças criadas em diferentes países sob a influência da cultura portuguesa e da vida quotidiana nesses territórios.

A exposição fica patente até 25 de Fevereiro.