Ficam a faltar duas para as sete
Cristiano Ronaldo conquistou pela quinta vez a Bola de Ouro da France Football, igualando Lionel Messi no número de distinções.
Mais um ano que está a terminar e mais um ano em que Cristiano Ronaldo é unanimemente considerado o melhor do mundo. Depois de ter sido o “The Best” para a FIFA, CR7 foi nesta quinta-feira distinguido pela quinta vez com o prémio Bola de Ouro atribuido pela revista francesa “France Football”, igualando as cinco conquistadas por Lionel Messi e acrescentando mais uma linha ao seu já gigante currículo de galardões e títulos, um prémio entregue numa cerimónia realizada na Torre Eiffel, em Paris.
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Mais um ano que está a terminar e mais um ano em que Cristiano Ronaldo é unanimemente considerado o melhor do mundo. Depois de ter sido o “The Best” para a FIFA, CR7 foi nesta quinta-feira distinguido pela quinta vez com o prémio Bola de Ouro atribuido pela revista francesa “France Football”, igualando as cinco conquistadas por Lionel Messi e acrescentando mais uma linha ao seu já gigante currículo de galardões e títulos, um prémio entregue numa cerimónia realizada na Torre Eiffel, em Paris.
Na votação feita pelos 173 jornalistas do painel da “France Football”, Ronaldo deixou a concorrência bem longe de si. Foram 946 pontos para Cristiano, enquanto Messi ficou com 670 e Neymar recolheu 361, repetindo-se a hierarquia de 2016 em relação aos dois primeiros, e com o brasileiro a ocupar o lugar que foi no ano passado do francês Antoine Griezmann.
Não só ficou mais uma vez provado que ganhar a Liga dos Campeões contribuiu muito para ganhar este prémio – quatro das cinco Bolas de Ouro que Ronaldo ganhou foram em anos de glória na Champions -, como se cumpriu uma década em que o galardão foi dividido entre o português do Real Madrid (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017) e o argentino do Barcelona (2009, 2010, 2011, 2012 e 2015). Kaká foi o último “ser humano” a receber a distinção em 2007 e, a partir da plateia, o brasileiro congratulou-se por ser lembrado sempre que um dos dois ganha.
E não foi só Ronaldo que apanhou Messi. Também Portugal passou a integrar o grupo dos países com mais distinções. Com as cinco de Ronaldo, mais a de Luís Figo (2000) e Eusébio (1965), o prémio já foi para mãos portuguesas por sete vezes, tal como a Alemanha - Franz Beckenbauer (1972 e 1976), Karl-Heinz Rummenigge (1981 e 1982), Gerd Muller (1970), Lothar Matthaus (1990) e Mathias Sammer (1996) – e Holanda - Johan Cruyff (1971, 1973 e 1974), Marco van Basten (1988, 1989 e 1992) e Ruud Gullit (1987).
Boloni, Zidane e Mbappé
Foi uma cerimónia simples, mas tendo como pano de fundo o “glamour” de Paris e da Torre Eiffel, que se iria, depois, iluminar de propósito para celebrar a conquista do português. Cristiano teve a companhia da família, de alguns antigos vencedores do troféu, de antigos colegas e ouviu depoimentos de treinadores que trabalharam com ele, unânimes no elogio e no reconhecimento de duas coisas em Cristiano: um talento e um exemplo.
Falaram Kaká, Roberto Carlos, o “outro” Ronaldo, o brasileiro, que também foi vencedor do prémio em 1997 e 2002. Falou também Kylian Mbappé, o jovem prodígio francês do PSG, o mais jovem de sempre no top dez da votação (foi sétimo), que Ronaldo conheceu, com menos cinco anos, em Valdebebas. Falou Laszlo Boloni, que o lançou no Sporting, e que viu nele qualidades especiais quando era um miúdo de 17 anos, falou Alex Ferguson, que o colocou na rota do estrelato nos anos do Manchester United, e falaram Carlo Ancelotti e Zinedine Zidane, com quem conquistou títulos europeus no Real Madrid. Aprendeu com todos os treinadores que teve, disse Ronaldo.
A pergunta inesperada veio de Fernando Santos, que já não deve ter muito a perguntar a Cristiano Ronaldo, e o seleccionador português foi essencialmente prático. “O que é que queres para o Natal?” “Mais um filho”, respondeu Ronaldo, que já tem quatro – e, garante, consegue dormir bem com quatro crianças em casa porque tem “uma equipa fantástica em casa”. A namorada fez uma cara séria com o desejo de Natal, e Ronaldo disse que estava a brincar. Por enquanto. Respondendo a uma pergunta do apresentador e antigo internacional francês David Ginola, Ronaldo reafirmou o seu desejo de chegar aos sete filhos e às sete Bolas de Ouro.
Essa foi uma das poucas pistas concretas em relação ao futuro que Ronaldo deixou, tanto na cerimónia, como, depois, numa entrevista com Ginola num hotel com vista para a Torre Eiffel. Não estabeleceu limites, nem para prémios, nem para anos de carreira, mas espera que a “batalha” com Messi continue. “Espero jogar a este nível mais uns anos e que a luta com Messi continue da melhor forma. Veremos quem é o melhor. Sinto-me bem”, garantiu o português, deixando, no entanto, a certeza quase absoluta de que não será treinador.
Aos 32 anos, Cristiano Ronaldo já ganhou quase tudo, mas ainda quer ganhar mais porque ainda acorda motivado todas as manhãs para ir treinar. Ele próprio teve consciência “aos 14, 15 anos que era especial”, mas não ficou por aí. “Ter potencial não é suficiente. Consistência, profissionalismo, dedicação e sorte de ganhar no momento certo”, acrescenta em jeito de conselho a jovens como Mbappé, que pode bem ser um futuro Bola de Ouro. Mas só o será quando Ronaldo (e Messi, claro) deixar os outros meninos brincarem aos prémios de melhores do ano. Ainda há muito tempo para mais, como disse na sua mensagem gravada “Sir” Alex Ferguson, que conhece Cristiano Ronaldo como poucos. “You’re still a young man.”