Polícias e militares pedem reunião a António Costa. Querem o mesmo tratamento que for dado aos professores

Associações do sector querem garantir as mesmas condições que forem dadas aos professores na contagem do tempo de serviço. Dizem que "para o mesmo problema" não pode haver "duas posições diferentes".

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Enric Vives Rubio

Polícias e militares decidiram nesta quarta-feira pedir uma reunião urgente ao primeiro-ministro para exigir o descongelamento das carreiras em 2018 e a contagem do tempo de serviço relativo ao período em que estas estiveram congeladas, entre 2011 e 2017.

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Polícias e militares decidiram nesta quarta-feira pedir uma reunião urgente ao primeiro-ministro para exigir o descongelamento das carreiras em 2018 e a contagem do tempo de serviço relativo ao período em que estas estiveram congeladas, entre 2011 e 2017.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), a Associação Nacional de Sargentos (ANS), a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) e a Associação de Praças (AP) estiveram nesta quarta-feira reunidas. Querem o mesmo tratamento de que os professores vierem a ser alvo, em relação ao descongelamento das carreiras.

O presidente da Associação Profissional da Guarda, César Nogueira, disse aos jornalistas que da reunião saiu o pedido de uma reunião conjunta com o primeiro-ministro, António Costa, tendo em conta que os militares e polícias são tutelados por ministérios diferentes. "Mais uma vez não queremos ser discriminados. Quando foram os congelamentos também contribuímos, ficamos no mesmo bolo de todos os outros cidadãos. Por isso, agora também não aceitamos ficar de fora do desbloqueamento das carreiras e na contagem de tempo que foi congelada, é isso que exigimos", adiantou César Nogueira.

Para o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Rodrigues, "o que está em cima da mesa é o modelo em que se vai concretizar o descongelamento", uma vez que na última reunião que a ASPP teve com o ministro da Administração Interna, no fim de Novembro, os polícias ficaram "com a sensação" de que a tutela "não tem a mesma posição que o ministro da Educação".

"Não vamos aceitar que para o mesmo problema exista duas posições diferentes. Se o problema é o mesmo não queremos ser discriminados, a solução tem que ser a mesma", disse aos jornalistas Paulo Rodrigues, sublinhando que os polícias e militares exigem que "o tempo de serviço em que as carreiras estiveram congeladas tem que contar".

O presidente do maior sindicato da PSP afirmou que o Orçamento do Estado para 2018 permite a possibilidade de descongelar as carreiras e colocar os polícias e militares no escalão correcto, tendo em conta o tempo em que esteve congelado, mas não refere qual o modelo a utilizar, ficando a opção a cargo de cada ministério.

Na última reunião com o ministro da Administração Interna, os sindicatos da PSP e as associações socioprofissionais da GNR saíram sem saber como vai feito o descongelamento das carreiras, uma vez que Eduardo Cabrita pediu à PSP e à GNR um levantamento dos profissionais que têm as condições para progredir em 2018 e só depois tomará uma decisão.

Por sua vez, as associações profissionais das Forças Armadas ainda não tiveram qualquer reunião com o Ministério da Defesa Nacional.

Paulo Amaral, representante das associações profissionais das Forças Armadas, disse aos jornalistas que os militares querem que seja contabilizado o tempo em que as carreiras estiveram congeladas, entre 2011 e 2017, como acontece em outras áreas da função pública.

Questionado sobre acções futuras que os polícias e militares possam fazer em conjunto caso a reunião com António Costa não dê resultados, Paulo Amaral referiu que primeiro vão aguardar pela resposta do primeiro-ministro e também por parte do ministro da Defesa, Azeredo Lopes.