A importância de Jerusalém

Jerusalém já teve várias embaixadas de países mais próximos de Israel, mas todas acabaram por se mudar para Telavive.

Fotogaleria

Jerusalém é um lugar onde se situam importantes santuários das três religiões monoteístas. Muitas vezes bastaram pequenas disputas para surgir a violência e as mortes. Já era assim antes do estabelecimento do Estado de Israel: em 1929, na Palestina do mandato britânico, uma disputa entre palestinianos e judeus quanto ao acesso ao muro ocidental prococou motins onde morreram centenas de pessoas. Em Julho deste ano, houve nova onda de violência e enormes protestos depois de Israel ter instalado medidas de segurança à entrada do Pátio das Mesquitas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Jerusalém é um lugar onde se situam importantes santuários das três religiões monoteístas. Muitas vezes bastaram pequenas disputas para surgir a violência e as mortes. Já era assim antes do estabelecimento do Estado de Israel: em 1929, na Palestina do mandato britânico, uma disputa entre palestinianos e judeus quanto ao acesso ao muro ocidental prococou motins onde morreram centenas de pessoas. Em Julho deste ano, houve nova onda de violência e enormes protestos depois de Israel ter instalado medidas de segurança à entrada do Pátio das Mesquitas.

Em 2000, uma visita do então líder da oposição Ariel Sharon ao Pátio das Mesquitas causou confrontos violentos que cresceram para uma revolta, a segunda Intifada, que durou quatro anos e deixou cerca de mil israelitas e três mil palestinianos mortos.

No final do mandato britânico, quando a ONU votou a resolução que dividiu aquela região do Médio Oriente em duas partes, Jerusalém ficou de fora – seria supervisionada por uma entidade internacional. Com a recusa do plano de partição pelos Estados árabes, na sequência da guerra de 1948 Israel conquistou Jerusalém Ocidental e a Jordânia a parte oriental.

Mas numa nova guerra, em 1967, Israel conquistou e anexou Jerusalém Oriental, onde vivem sobretudo palestinianos – deixando, no entanto, o controlo e administração do Nobre Santuário (para os muçulmanos) ou Monte do Tempo (para os judeus) a uma comissão islâmica, custeada pela Jordânia.

Do lado exterior do complexo onde está o Nobre Santuário, o Muro Ocidental é a única réstia do segundo templo, sagrado para os judeus. Este local é controlado por uma fundação que segue regras ortodoxas (as mulheres só podem rezar numa secção própria, por exemplo). Os judeus podem entrar no Pátio das Mesquitas, mas não estão autorizados a rezar lá. Israel controla o acesso ao Pátio, impondo regularmente restrições à entrada de homens com menos de 50 anos por razões de segurança.

Jerusalém já teve várias embaixadas de países mais próximos de Israel, mas todas acabaram por se mudar para Telavive. Uma mudança da embaixada americana seria um sinal concreto de que os EUA reconhecem de facto a pretensão de Israel a ter em Jerusalém a sua capital (“eterna e indivisível”), ignorando a pretensão dos palestinianos a terem a capital de um futuro Estado em Jerusalém Oriental.

Além disso, a acção seria vista como uma provocação aos muçulmanos em todo o mundo - a Organização para a Cooperação Islâmica, organismo que representa os 57 países muçulmanos, falou mesmo “agressão” .