Maestro James Levine acusado de abuso sexual

Queixoso disse à polícia que tinha apenas 15 anos quando o histórico director musical da Metropolitan Opera de Nova Iorque começou a assediá-lo, em 1985.

Foto
James Levine em 2011 Hiroyuki Ito

O histórico director musical e artístico da Metropolitan Opera de Nova Iorque, James Levine, foi acusado de abuso sexual de um adolescente nos anos 80. A alegada vítima, que manteve até agora o anonimato, diz que o assédio começou em 1985, quando tinha 15 anos e Levine ia já nos 41, e que os abusos se foram repetindo ao longo de quase uma década, até 1993.

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O histórico director musical e artístico da Metropolitan Opera de Nova Iorque, James Levine, foi acusado de abuso sexual de um adolescente nos anos 80. A alegada vítima, que manteve até agora o anonimato, diz que o assédio começou em 1985, quando tinha 15 anos e Levine ia já nos 41, e que os abusos se foram repetindo ao longo de quase uma década, até 1993.

A Metropolitan Opera, vulgarmente conhecida pelo diminutivo Met, divulgou este domingo uma mensagem no Twitter afirmando que abriu já uma investigação externa para “determinar se são verdadeiras as acusações de conduta sexual imprópria” de Levine nos anos 80, de modo a poder tomar “as medidas apropriadas”.

A história foi revelada pelo jornal New York Times, que teve acesso a um relatório de 2016 da polícia do estado americano de Illinois, no qual um homem acusa o maestro de ter abusado dele enquanto adolescente. A Metropolitan Opera teve conhecimento do relatório, adianta ainda o jornal, mas o maestro negou as acusações e a instituição não recebeu quaisquer informações posteriores da polícia.

As queixas surgiram precisamente no ano em que Levine se reformou. No final da sua carreira começou a sofrer de Parkinson e enfrentou outros problemas de saúde, tendo chegado a dirigir a orquestra numa cadeira de rodas.

Director musical da Metropolitan Opera durante mais de 40 anos (assumiu o cargo em 1976), e director artístico desde 1986, Levine é ainda director musical emérito da instituição, que já designou como seu sucessor Yannick Nézet-Séguin.

James Levine, que até este momento não fez quaisquer comentários públicos sobre as acusações de que é alvo, conduziu a orquestra nova-iorquina em mais de 2500 apresentações, incluindo 85 óperas, e trabalhou com os Três Tenores (Luciano Pavarotti, Jose Carreras e Placido Domingo). Estreou-se na casa dirigindo a Tosca, de Puccini, em 1971, tornou-se maestro principal em 1973 e assumiu a direcção musical em 1976.