Aboubakar tem mais companhia que Jonas
O camaronês foi recuperado por Sérgio Conceição e está a superar as expectativas no regresso ao FC Porto. O brasileiro marcou mais de metade dos golos do Benfica no campeonato.
Há uma coincidência interessante nas carreiras de Vincent Aboubakar e Jonas que se chama Nuno Espírito Santo. Quando chegou ao Valência, o actual treinador do Wolverhampton não contava com o avançado brasileiro e a sua dispensa do clube “che” acabou por ser a alegria de todos os benfiquistas, como os anos seguintes se encarregariam de provar (101 golos marcados pelos “encarnados”). Quando chegou ao Dragão com o lema “somos Porto”, uma das suas decisões foi de deixar sair o camaronês para o Besiktas, apostar (bem) em André Silva e ter como primeiras salvaguardas Adrian Lopez e Depoitre — e bem sabemos como essa história acabou, e Soares só chegou a meio da época. Actualmente, Aboubakar e Jonas são os goleadores máximos de, respectivamente, FC Porto e Benfica, mas com graus de importância diferentes.
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Há uma coincidência interessante nas carreiras de Vincent Aboubakar e Jonas que se chama Nuno Espírito Santo. Quando chegou ao Valência, o actual treinador do Wolverhampton não contava com o avançado brasileiro e a sua dispensa do clube “che” acabou por ser a alegria de todos os benfiquistas, como os anos seguintes se encarregariam de provar (101 golos marcados pelos “encarnados”). Quando chegou ao Dragão com o lema “somos Porto”, uma das suas decisões foi de deixar sair o camaronês para o Besiktas, apostar (bem) em André Silva e ter como primeiras salvaguardas Adrian Lopez e Depoitre — e bem sabemos como essa história acabou, e Soares só chegou a meio da época. Actualmente, Aboubakar e Jonas são os goleadores máximos de, respectivamente, FC Porto e Benfica, mas com graus de importância diferentes.
Aboubakar é o “reciclado” de maior sucesso deste FC Porto de Sérgio Conceição, “obrigado” por constrangimentos financeiros a vender André Silva ao AC Milan. Depois de um empréstimo ao Besiktas durante o qual chegou a dizer que nunca voltaria ao FC Porto, o camaronês voltou ao Dragão por vontade expressa do treinador para se assumir como a principal arma ofensiva, marcando 15 golos em 19 jogos para todas as competições e, quase de certeza, irá bater o seu melhor registo pelos “azuis-e-brancos” — 18 golos em 2015-16, depois de se ter estreado com oito numa época em que era suplente de Jackson Martínez.
Na Liga portuguesa, o internacional camaronês é o segundo melhor marcador, com nove golos (nenhum de penálti), mas a diferença em relação a Jonas é que tem mais companhia, sobretudo de Moussa Marega (8) e Yacine Brahimi (4) — já foram dez os jogadores do FC Porto a marcar golos no campeonato esta temporada, sendo que Tiquinho Soares, que já vinha da época passada, ainda só marcou um. Os golos do camaronês (que também já fez duas assistências) representam menos de metade dos do FC Porto, que tem o melhor ataque do campeonato (31).
Destacado no topo dos goleadores está Jonas, com 15 golos — quatro de penálti — no campeonato (mais um na Supertaça). Não é novidade o brasileiro ser decisivo na equipa “encarnada”, o que mudou foi o grau de importância. O seu incrível registo goleador representa mais de metade dos golos do Benfica no campeonato (29) — os segundos melhores marcadores dos “encarnados” são Salvio e Seferovic, ambos com quatro, sendo que o mexicano Jiménez ainda não se estreou a marcar na Liga. Jonas contribuiu ainda com mais quatro assistências, tantas quanto Pizzi, que ainda não marcou qualquer golo em nenhuma competição.
Por fim, mais um dado curioso: nas quatro vezes que Jonas defrontou o FC Porto marcou só por uma ocasião (na época passada, no empate a um golo na Luz). Aboubakar marcou duas vezes ao Benfica em cinco jogos (o golo da vitória por 2-1 dos portistas em 2015-16 e na Liga dos Campeões, pelo Besiktas, no empate a três, a época passada).