“Temos a possibilidade de abrir mais cerca de 700 camas nos hospitais do SNS”
A presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Rosa Matos, explica que o plano de Inverno reforça a articulação entre os centros de saúde e os hospitais. As unidades estão preparadas para aumentar o número de camas para fazer frente a um pico de gripe e à maior procura das urgências.
A presidente da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Rosa Matos, explica como a região se preparou para enfrentar o Inverno e o pico de gripe que todos os anos deixa as urgências dos hospitais lotadas. Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região estão aptos a abrir mais 700 camas, mas existem também projetos em marcha para aliviar a pressão sobre os hospitais como centros de saúde equipados com raios X.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A presidente da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Rosa Matos, explica como a região se preparou para enfrentar o Inverno e o pico de gripe que todos os anos deixa as urgências dos hospitais lotadas. Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região estão aptos a abrir mais 700 camas, mas existem também projetos em marcha para aliviar a pressão sobre os hospitais como centros de saúde equipados com raios X.
A ARSLVT já tem o plano sazonal de Inverno completo?
Começámos a trabalhar o plano de Inverno com os hospitais e centros de saúde em Maio, Junho. Está concluído e reforça três vertentes: a articulação tem de ser feita e melhorada com os cuidados de saúde primários, entre hospitais e articulação com as IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] e alguns privados. Temos a possibilidade de abrir mais cerca de 700 camas nos hospitais do SNS, à medida das necessidades para fazer face ao pico da gripe. São camas dispersas pelos vários hospitais da região. No ano passado fizemos um protocolo com o Hospital Militar e alguns hospitais também fizeram com hospitais privados, que se repetem este ano. Temos também alguns acordos com IPSS para os doentes sociais e a rede de cuidados continuados também terá de ter uma boa articulação com as equipas de gestão de altas.
Quantos centros de saúde vão ter horário alargado e em que zonas?
Já existem vários centros de saúde com horário alargado. Mais do que isso, este ano importa-me divulgar os centros de saúde onde temos meios complementares de diagnóstico. No ano passado, em Setúbal, quando colocamos raios X no Centro de Saúde de S. Sebastião tivemos uma maior afluência àquele centro de saúde, que fica também muito próximo do hospital. Conseguimos desviar cerca de 3 mil pessoas do serviço de urgência. Estamos a fazer obras para instalar até ao princípio do próximo mês raios X no centro de saúde da Amadora, exactamente para tirar a pressão do Hospital Amadora-Sintra.
A relação de proximidade com o hospital é muito importante. Fiz o desafio ao Hospital Montijo-Barreiro para este ano com o ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] do Arco Ribeirinho ter um espaço dentro do hospital onde seja feito o prolongamento do centro de saúde, com a equipa de saúde familiar. Isto faz parte do plano de Inverno. No ano passado já tivemos uma experiência destas no Centro Hospitalar do Médio Tejo que funcionou muito bem e que em princípio volta este ano a repetir-se.
Acredita que com este plano será possível evitar urgências cheias?
Vamos melhorar, não vamos evitar. Temos muito trabalho ainda a fazer. Não é só falta de recursos humanos, é preciso modernizar o espaço para o tornar mais amigo das pessoas e funcional para os profissionais.
Como está a ser feita a articulação com os cuidados de saúde primários por causa dos cuidados domiciliários, que poderá ser uma parte importante no plano de Inverno?
Há um concurso nacional para enfermeiros, a ARSLVT vai ter quase mais 300 enfermeiros. Já tenho unidades de cuidados domiciliários em todos os ACES. Tenho 2072 camas domiciliárias, que são camas em casa das pessoas. Tenho equipas de saúde que estão preparadas para ir cuidar em casa. Pretendo, e em alguns casos existe, que haja uma articulação com a Segurança Social e com as IPSS ou Misericórdias locais.
Quantas equipas domiciliárias têm neste momento e quantas poderão abrir com este aumento do número enfermeiros?
Temos 60 equipas domiciliárias e esperamos até ao final do ano ter mais cinco equipas e criar outras cinco no próximo ano e também reforçar, com estes novos enfermeiros, as equipas já existentes.
Quantos médicos de família é que a ARSLVT conseguiu contratar e como fica o retrato da região?
Abrimos concurso para 218 médicos de família e recebemos 154 médicos. Neste momento temos 1884 médicos de família, já com os novos profissionais e temos [dados de 14 de Novembro] 634 mil utentes sem médico de família. Esperamos com os novos concursos, nos próximos dois anos termos o quadro completo. Até lá, teremos de recorrer a prestações de serviço, são cerca de 1200 horas semanais. Os médicos reformados também têm sido uma boa ajuda.