Lisboa solidária vista do smartphone
A aplicação LxConnect está a pôr pequenas instituições e projectos comunitários lisboetas no mapa. Para vê-lo, basta instalar a aplicação e tirar o smartphone do bolso.
Em Lisboa, há uma nova aplicação para o smartphone para saber onde, como, e quem ajudar (ou procurar ajuda, se for caso disso). Chama-se LxConnect e está online desde terça-feira.
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Em Lisboa, há uma nova aplicação para o smartphone para saber onde, como, e quem ajudar (ou procurar ajuda, se for caso disso). Chama-se LxConnect e está online desde terça-feira.
Apesar de queixas de um mundo obcecado com ecrãs, em 2017 o smartphone serve para mais que selfies e redes sociais. A solidariedade também é impulsionada pela tecnologia: a Cruz Vermelha, os Médicos Sem Fronteiras, e a ONU, por exemplo, já têm aplicações para partilhar informação e facilitar donativos com um simples deslizar do dedo no ecrã. Há dezenas de outras semelhantes.
Em Portugal, porém, sabe-se pouco sobre projectos de pequenas instituições locais (ao nível de freguesias e bairros específicos) sem possibilidade de investir em grandes campanhas de comunicação, sites e apps. A LxConnect, que o PÚBLICO experimentou, quer rectificar o problema.
Com quatro categorias – dar (para descobrir como ajudar), receber (para encontrar ajuda), agenda da comunidade, e mapa –, encontra-se de tudo. Desde instituições que precisam de bens materiais (brinquedos, alimentos, roupa) próximas de onde se está, a associações que procuram voluntários para recolher lixo nas praias ou dar explicações em bairros carenciados. Também é fácil encontrar projectos que apoiam vítimas de violência, aulas de desporto e música, ou centros de dia para crianças e idosos. Muitos passam despercebidos no dia-a-dia.
“Queremos enriquecer a exposição das instituições através de ferramentas tecnológicas”, explica ao P2 Ana Abrantes, a co-fundadora do Banco Social de Comunicação, um dos responsáveis do projecto. Dois dias após a estreia, a aplicação – criada em parceria com o Centro Social da Musgueira no âmbito do programa municipal BIP/ZIP da Câmara de Lisboa – tinha mais de 200 utilizadores.
O foco é pôr “pequenas instituições no mapa” porque “muitas pessoas querem ajudar projectos locais para ver o efeito dos seus donativos, mas não os conhecem”. O trabalho não acabou. Com 130 instituições indexadas, ainda faltam centenas e começam a chegar pedidos fora de Lisboa. O objectivo, porém, é inspirar outras regiões do país a “democratizar o acesso às instituições através do smartphone.”
A rubrica Tecnologia encontra-se publicada no P2, caderno de domingo do PÚBLICO