Trump diz que seria “provavelmente” escolhido como Personalidade do Ano. A Time desmente
O Presidente norte-americano foi considerado a Personalidade do Ano em 2016. A escolha deste ano só é revelada a 6 de Dezembro.
Depois de o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump ter escrito no Twitter, neste sábado, que tinha recusado uma entrevista e uma sessão fotográfica com a revista Time após lhe dizerem que seria “provavelmente” escolhido como Personalidade do Ano, a publicação veio desmentir o sucedido, também através do Twitter, afirmando que Trump estava “incorrecto”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Depois de o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump ter escrito no Twitter, neste sábado, que tinha recusado uma entrevista e uma sessão fotográfica com a revista Time após lhe dizerem que seria “provavelmente” escolhido como Personalidade do Ano, a publicação veio desmentir o sucedido, também através do Twitter, afirmando que Trump estava “incorrecto”.
“O Presidente está incorrecto sobre a forma como escolhemos a Personalidade do Ano. A Time não faz comentários sobre a sua escolha até ao dia da publicação, a 6 de Dezembro”, lê-se no tweet da revista. Alan Murray, um dos directores-executivos da publicação, foi mais incisivo na sua reacção: “Nem um bocadinho de verdade aqui”.
Já a versão de Trump, que motivou a contra-resposta da publicação, era diferente: “A revista Time ligou-me a dizer que eu seria PROVAVELMENTE escolhido como 'Homem (Personalidade) do Ano', como no ano passado, mas eu teria de aceitar dar uma entrevista e fazer uma grande sessão fotográfica. Eu disse que provavelmente não era grande ideia e recusei. Obrigado de qualquer forma!”, escreveu Trump na manhã deste sábado, a partir do seu resort de luxo de Mar-a-Lago, na Florida, onde se encontra numa pausa para o dia de Acção de Graças (que aconteceu nesta quinta-feira).
Como não é novidade no universo das redes sociais, as reacções às declarações de Trump multiplicaram-se, muitas delas estabelecendo uma analogia com o seu tweet. O tenista escocês Andy Murray imitou Trump e escreveu no Twitter que tinha sido contactado pela BBC, que lhe tinha dito que seria “provavelmente” nomeado como personalidade do ano na área do desporto. O mesmo fez a actriz Julia Louis-Dreyfus, dizendo que o New York Times a tinha contactado para ser, “provavelmente”, escolhida como comediante do ano. Também o realizador David Schneider e até o insólito candidato às eleições britânicas deste ano, o Lord Buckethead, mimetizaram as palavras de Trump.
A relação do actual Presidente dos Estados Unidos com a Time não é propriamente pacífica. Em Junho, foi pedido por parte da revista que Trump tirasse capas falsas que estavam penduradas na parede em algumas propriedades suas; em Janeiro, Trump dizia que tinha o recorde de vezes em que aparecia na capa da revista, o que não é verdade: Trump apareceu até hoje 11 vezes na capa, enquanto o antigo Presidente dos EUA Richard Nixon apareceu 55 vezes.
Já no final de 2015, Donald Trump fazia, no Twitter, uma referência à escolha da Time para esse ano (a chanceler alemã Angela Merkel): “Eu bem vos disse que a revista Time não me ia nomear como Personalidade do Ano, apesar de eu ser o grande favorito. Escolheram a pessoa que está a arruinar a Alemanha”.
No ano passado, o líder norte-americano foi eleito como Personalidade do Ano pela revista Time, numa capa com o título “Donald Trump, Presidente dos Estados Divididos da América” — a escolha anual reflecte o nome da pessoa que mais se destaca no ano em causa, seja por boas ou más razões.
Da lista de personalidades escolhidas constam o aviador Charles Lindbergh (o primeiro a ser escolhido, em 1927), Adolf Hitler (1938), a rainha Elizabeth II (1952), Mark Zuckerberg (2010) ou escolhas mais inusitadas como os pacifistas (1993), as mulheres americanas (1975) e a escolha do planeta do ano ter sido atribuído em 1988 à “Terra Ameaçada” ou a máquina do ano em 1982 ter sido o computador.
A justificação da escolha de Donald Trump no ano passado foi dada pela directora da publicação, Nancy Gibbs: "Por recordar a América que a demagogia se alimenta do desespero e que a verdade só tem poder na medida em que se confia na pessoa que a profere, por dar poder a um eleitorado escondido ao trazer para o discurso público as suas fúrias e a transmitir em tempo real os seus medos, e por moldar a cultura política do futuro demolindo a do passado, Donald Trump é a Personalidade do Ano de 2016 da revista Time".