Será o design social menos design?
Quando andamos todos a perseguir os prémios é difícil olhar para o lado. Muito, mas mesmo muito difícil.
A ideia de design nasce com o propósito de melhorar o nosso quotidiano. Melhorar as nossas vidas. Nasceu para nos dar conforto. Nasceu para nos facilitar as tarefas que se cruzam connosco todos os dias.
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A ideia de design nasce com o propósito de melhorar o nosso quotidiano. Melhorar as nossas vidas. Nasceu para nos dar conforto. Nasceu para nos facilitar as tarefas que se cruzam connosco todos os dias.
Cedo se percebeu que esta disciplina tem de facto um potencial avassalador. A partir desta palavra criam-se marcas, objectos, espaços, cidades. Tudo! Tudo tem um princípio e tudo tem um propósito.
Infelizmente poucos andam à volta dos propósitos que realmente interessam. Não são os prémios. Não é dinheiro. Nem tão-pouco a reputação que realmente interessa. São as pessoas.
Sem querer roçar a ideia do activismo social, há realmente pessoas que precisam mais que outras. Há regiões que precisam mais que outras. Há mundos que precisam mais que outros.
A dimensão social do design é cada vez mais uma realidade. Da mesma forma que cada vez mais e mais se fala de design de serviços, deveria falar-se de design social. Ou design para a sociedade, se preferirem.
Esta ideia de design para a sociedade, em benefício e com benefício para terceiros deve estar cada vez mais nos nossos radares.
Estamos, talvez, perante uma evolução natural da disciplina, aumentar a escolha dos cidadãos, divulgar dados, diversificar a gama de fornecedores. Claramente, quando se trata de desenvolver novos serviços, identificar os existentes e entender os públicos e audiências, há um papel para o design. Um novo papel para o design, diria eu. Da mesma forma que trabalhamos para mercados capitalistas e demasiado mercantis até, o design pode também ajudar no desenvolvimento de políticas ao mais alto nível, com sua capacidade de antecipar cenários futuros e planear novas soluções e novas abordagens.
Mas esta abordagem em prol da sociedade civil deve ou não ser um tipo particular de design? Acredito que sim. Mais focada nas comunidades, mais focada na resolução de problemas; neste caso, os problemas que realmente interessam.
Infelizmente o design social, até certo ponto, permanece mal definido. Ou então mal entendido, ou até mesmo ignorado.
Quando andamos todos a perseguir os prémios é difícil olhar para o lado. Muito, mas mesmo muito difícil.