Campanha contra a violência doméstica usa mensagens de relação abusiva que levou jovem ao suicídio
Emily Drouet, estudante universitária de 18 anos, era agredida física e psicologicamente pelo namorado, de 21. Fiona Drouet vai usar o exemplo da filha para alertar os jovens escoceses para a violência contras as mulheres.
Emily Drouet, de 18 anos, era estudante de Direito na Universidade de Aberdeen, na Escócia. Vítima de violência doméstica, suicidou-se em Março de 2016. Angus Milligan, de 21 anos, com quem a adolescente tinha uma relação desde 2015, confessou ter abusado mental e fisicamente da namorada e foi condenado a 180 horas de serviço comunitário. A mãe de Emily, Fiona Drouet, decidiu então organizar uma campanha, que será lançada neste sábado, a chamar a atenção para os casos de violência doméstica entre os jovens.
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Emily Drouet, de 18 anos, era estudante de Direito na Universidade de Aberdeen, na Escócia. Vítima de violência doméstica, suicidou-se em Março de 2016. Angus Milligan, de 21 anos, com quem a adolescente tinha uma relação desde 2015, confessou ter abusado mental e fisicamente da namorada e foi condenado a 180 horas de serviço comunitário. A mãe de Emily, Fiona Drouet, decidiu então organizar uma campanha, que será lançada neste sábado, a chamar a atenção para os casos de violência doméstica entre os jovens.
A campanha alerta os jovens para a violência contra as mulheres, mas tem também o objectivo de prevenir este tipo de situações nas universidades. Como? Através da formação dada aos funcionários das instituições de ensino superior para que estes reconheçam sinais de abuso e encontrem “formas seguras de intervir e interromper o comportamento abusivo”, disse a mãe de Emily ao Guardian.
As mensagens de auto-recriminação trocadas entre Emily, os amigos e o namorado serão partilhadas por todos os campi universitários na Escócia. Foi Fiona Drouet quem autorizou a publicação das mensagens, apesar do que sentiu quando as leu: “Foi muito triste para nós lermos as mensagens no telemóvel dela depois de a termos perdido”.
O Guardian cita algumas das mensagens: “Querida, por favor tu não mereces.” “Mereço.” “Tu não mereces seres espancada ou estrangulada, denuncia-o à polícia Emily, estou a falar a sério.” “Eu mereço.”
Angus Milligan, considerado por vários estudantes como “o macho alfa” do campus universitário, acabou por confessar os abusos feitos a Emily Drouet. No entanto, a acusação relativa à agressão feita oito dias antes da morte da estudante, quando Milligan “agarrou-a pelo pescoço”, “sufocou-a” e “esbofeteou-a” foi retirada por falta de provas. Além das agressões físicas, foram várias as mensagens ofensivas que Emily recebeu do namorado. Milligan foi condenado em Julho a 180 horas de trabalho comunitário e foi expulso do curso de Psicologia que frequentava na universidade de Aberdeen.
Em Junho de 2017, a BBC dava conta de que o tribunal tinha ouvido o testemunho de uma estudante residente em Aberdeen, que tinha falado com Emily, que lhe disse que "não queria pôr o namorado em problemas”. Os pais e a polícia nunca foram contactados.
Ao jornal The Independent, os pais da vítima disseram que a universidade “falhou” no seu dever ao não intervir na situação, mas é precisamente isto que a campanha apoiada pela União Nacional de Estudantes da Escócia (NUS Scotland, em inglês) pretende mudar, tentando melhorar os serviços no campus para que estudantes e funcionários saibam onde pedir ajuda, de maneira a evitar mais casos como o de Emily.