Mais de dois terços dos idosos vítimas de violência são mulheres

A percentagem do número de mulheres idosas vítimas de violência já atingiu os 74% este ano. O número de denúncias tem vindo a aumentar, segundo o Serviço da Linha SOS Pessoa Idosa.

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Dia 25 de Novembro assinala-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres Paulo Pimenta

As mulheres representam mais de dois terços dos casos de idosos vítimas de violência registados pelo Serviço SOS Pessoa Idosa da Fundação Bissaya Barreto, Coimbra, desde Maio de 2014, data de início do projecto.

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As mulheres representam mais de dois terços dos casos de idosos vítimas de violência registados pelo Serviço SOS Pessoa Idosa da Fundação Bissaya Barreto, Coimbra, desde Maio de 2014, data de início do projecto.

As mulheres são as vítimas em 71% dos 410 processos abertos desde 21 de Maio de 2014, uma percentagem que tem vindo a subir todos os anos. Em 2015, as mulheres representavam 46% dos casos de idosos vítimas de violência, número que subiu para 64% em 2016 e que em 2017 já atingiu 74%.

Também o número global de denúncias à Linha SOS Pessoa Idosa tem registado um "crescimento pronunciado", garante o serviço da fundação, numa nota divulgada nesta quinta-feira a propósito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que será assinalado no sábado, 25 de Novembro. Esta data foi consagrada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1999, com o propósito de alertar e sensibilizar a sociedade para a necessidade de "prevenir e erradicar toda e qualquer forma de violência que vitimiza as mulheres pelo mundo fora".

Em 2015, registaram-se através da Linha SOS Pessoa Idosa 146 apelos que conduziram a 71 processos, em 2016, surgiram 173 denúncias e 152 processos, e, já este ano, de 1 de Janeiro até 1 de Novembro, contabilizam-se 215 pedidos de ajuda, que se concretizaram na abertura de 191 processos internos.

"Enredadas na sua fragilidade e crescente dependência, as pessoas idosas são frequentemente vítimas de teias complexas de relações de poder familiares, de delapidação, apropriação ou disputa de bens, controlo financeiro, agressões verbais, abuso sexual e actos violentos contra a sua integridade física. Perpetrada pelo cônjuge ou, na maioria dos casos, por descendentes directos, os próprios filhos, as mulheres idosas constituem a maioria das vítimas de violência", refere o Serviço SOS.

A instituição considera que "estes são dados alarmantes", ainda mais por serem "percepcionados pelo trabalho realizado diariamente" pela fundação. "Impõe-se a necessidade de actuar de forma articulada para a redução do sentimento de insegurança e para a diminuição dos índices de violência que atingem especificamente este grupo de risco", afirma Fátima Mota, responsável pelo serviço e assessora da Área Social da Fundação Bissaya Barreto.