Mais alunos continuam a estudar depois do 12.º e menos optam por trabalhar
Um inquérito do Ministério da Educação revela que há mais jovens a continuar os estudos após o secundário.
Há mais jovens a prosseguir os estudos após terminarem o 12.º ano e menos a optar por trabalhar, segundo um inquérito do Ministério da Educação realizado a milhares de alunos de escolas do país.
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Há mais jovens a prosseguir os estudos após terminarem o 12.º ano e menos a optar por trabalhar, segundo um inquérito do Ministério da Educação realizado a milhares de alunos de escolas do país.
Para saber o que acontece aos jovens durante e depois de terminarem o secundário, os serviços da Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) criaram um projecto e no ano passado, voltaram a entrevistar milhares de alunos: no total, 16.186 jovens de 726 escolas públicas e privadas do continente responderam ao inquérito "Jovens no Pós-Secundário em 2016".
Este foi o último passo de um projecto que seguiu os alunos em três momentos distintos: primeiro, à entrada do secundário, depois, à saída do secundário e agora, no pós-secundário.
Uma vez que esta é a 5ª edição do questionário "Jovens no Pós-Secundário em 2016" é possível perceber que há mais jovens a continuar os estudos depois de terminar o secundário.
No ano passado, 72,5% dos inquiridos continuava a estudar, o que revela um aumento de 5,2 pontos percentuais em relação ao inquérito feito em 2014, segundo os dados avançados pelo Observatório de Trajetos dos Estudantes do Ensino Secundário (OTEES), o projecto que é coordenado pela DGEEC.
As principais razões para continuarem a estudar são a possibilidade de encontrar um emprego (46,8%) e de exercer a profissão desejada (43,8%).
"Destacam-se os casos dos jovens dos cursos profissionais que continuaram a estudar para facilitar a integração no mercado de trabalho e os dos cursos tecnológicos por quererem desempenhar a profissão desejada", lê-se no relatório, que analisou os percursos dos alunos tendo em conta as opções de ensino que escolheram quando terminaram o 9.º ano, desde os clássicos cursos científico-humanísticos, aos cursos artísticos e aos profissionalizantes.
Comparando os dados agora divulgados com os resultados obtidos, em 2014, percebe-se que há menos alunos a decidir trabalhar independentemente de continuarem a estudar: no ano passado, 23,2% dos alunos estava a trabalhar enquanto dois anos antes eram 30,2%.
No entanto, o inquérito mostra que os percursos de vida são diferentes tendo em conta a escolha feita no final do 9.º ano: a maioria dos alunos dos cursos científico-humanísticos continuou a estudar depois do secundário enquanto a maioria dos alunos dos cursos profissionais estava a trabalhar.
Catorze meses após terminar o secundário, data em que foram inquiridos, pela última vez, 86,4% dos alunos dos cursos científico-humanístico encontravam-se apenas a estudar, sendo residuais os casos de trabalhadores-estudantes (5,7%) ou os que se encontravam apenas a trabalhar (4%).
Uma realidade diferente da vivida pelos jovens que optaram por seguir cursos profissionais quando terminaram o 9.º ano: 14 meses após terminar o secundário, mais de metade estava a trabalhar, 27,4% estavam apenas a estudar e 15,8% procuravam emprego.
O inquérito permitiu ainda perceber que 6,1% dos inquiridos continuavam inscritos no secundário apesar de ser expectável que já tivessem terminado a escolaridade obrigatória: 3,2% estavam nos cursos científico-humanísticos; 1,2% nas modalidades profissionalizantes qualificantes; 1,3% eram trabalhadores estudantes de cursos científico-humanísticos e 0.5% eram trabalhadores e estudantes de cursos profissionais.
As razões apontadas pelos estudantes para não terem terminado os estudos prenderam-se, principalmente, com o facto de terem reprovado (43,8%), estarem a repetir exames nacionais de acesso ao ensino superior (21,9%) e estarem a fazer melhorias de notas (17,5).