CDS quer revelação do relatório sobre Pedrógão
Centristas vão falar com o investigador e com os familiares das vítimas. Deputados admitem que Parlamento possa vir a pedir acesso mas à porta fechada.
Para os centristas, a decisão da Comissão Nacional de Protecção de Dados de negar o acesso público ao relatório integral sobre o que aconteceu a cada vítima em Pedrógão Grande é “incompreensível” e por isso vão tomar várias diligências para que seja possível conhecer as circunstâncias das 65 mortes que aconteceram naquele grande incêndio.
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Para os centristas, a decisão da Comissão Nacional de Protecção de Dados de negar o acesso público ao relatório integral sobre o que aconteceu a cada vítima em Pedrógão Grande é “incompreensível” e por isso vão tomar várias diligências para que seja possível conhecer as circunstâncias das 65 mortes que aconteceram naquele grande incêndio.
O CDS quer falar com o investigador responsável, Domingos Xavier Viegas, e com os familiares das vítimas para que estes dados sejam conhecidos e se saiba se houve circunstâncias em que o Estado falhou. Além disso, o CDS admite tomar iniciativas na primeira comissão parlamentar, para que os deputados possam vir a ter acesso ao capítulo oculto.
Numa conferência de imprensa no Parlamento, o deputado Telmo Correia considerou ser “incompreensível” que a CNPD justifique a não divulgação com a falta de argumentação sobre o interesse público. “Se não é do interesse público saber como o Estado não protegeu estas 65 pessoas, não sei o que será do interesse público. Parece-nos um argumento absurdo”, defendeu o deputado.
Além disso, o deputado diz que o segundo argumento da CNPD, de que com esta decisão estaria a proteger a privacidade dessas mesmas pessoas, é “inaceitável”. “É evidente que não está aqui em causa qualquer curiosidade mórbida, está em perceber se o Estado não conseguiu proteger aquelas pessoas e é extraordinário que o Estado que não foi capaz de proteger a vida daquelas pessoas, esteja especialmente preocupado com a sua privacidade. Não deixa de ser curioso e eu acho até inaceitável”, defendeu.