Deolinda vão parar por “tempo indeterminado”

A banda de Fado Toninho anunciou em comunicado que cumprirá um hiato sem fim anunciado para que os seus elementos se dediquem aos seus projectos pessoais.

Foto
Os Deolinda tornaram-se ao longo de uma década uma das bandas mais populares do país MIGUEL MANSO

Nasceram em 2006 quando Ana Bacalhau, Zé Pedro Leitão, Pedro da Silva Martins e Luís José Martins se reuniram para perceber o que fariam os quatro de algumas canções que Pedro compusera. Ouviram-nos primeiro as paredes do restaurante dos irmãos Martins, onde ensaiavam, começaram a ouvi-los depois aqueles que os foram descobrindo em alguns pequenos bares e clubes lisboetas a que levavam a sua nova criação: Deolinda, canção popular cheia de personagens dentro, música castiça e afadistada, moderna e intemporal. Em 2007, chegou o primeiro álbum, Canção ao Lado, e começou uma das carreiras mais marcantes da música portuguesa recente. Dez anos depois, os Deolinda anunciam agora “uma pausa na carreira por tempo indeterminado”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Nasceram em 2006 quando Ana Bacalhau, Zé Pedro Leitão, Pedro da Silva Martins e Luís José Martins se reuniram para perceber o que fariam os quatro de algumas canções que Pedro compusera. Ouviram-nos primeiro as paredes do restaurante dos irmãos Martins, onde ensaiavam, começaram a ouvi-los depois aqueles que os foram descobrindo em alguns pequenos bares e clubes lisboetas a que levavam a sua nova criação: Deolinda, canção popular cheia de personagens dentro, música castiça e afadistada, moderna e intemporal. Em 2007, chegou o primeiro álbum, Canção ao Lado, e começou uma das carreiras mais marcantes da música portuguesa recente. Dez anos depois, os Deolinda anunciam agora “uma pausa na carreira por tempo indeterminado”.

Em comunicado enviado à imprensa, a banda explica que esta pausa “servirá para que os elementos do grupo se dediquem a outros projectos artísticos que neste momento necessitam da sua total atenção”. Ana Bacalhau, recorde-se, editou recentemente a sua estreia a solo, Nome Próprio, que se encontra actualmente a promover em digressão (o próximo concerto está marcado para dia 25 de Novembro, no Teatro Municipal de Vila do Conde). Pedro da Silva Martins, principal letrista e compositor do grupo, assinou em 2014 a peça de teatro Retrato Falado, dirigido ao público infantil, e estreou-se na literatura infantil, no ano seguinte, com Porque Chora o Rei, co-assinado com Leonor Tenreiro e ilustrações de João Fazenda. Tem-se mostrado um compositor fértil e muito requisitado, oferecendo nos últimos anos canções a António Zambujo, Mariza, Ana Moura ou Cristina Branco. Luís José Martins, por sua vez, tem-se movido na área da música contemporânea e improvisada. Além do trabalho ao lado da pianista Joana Sá, em duo, ou, com Eduardo Raon, nos Powertrio, editou este ano o álbum a solo Tentos – Invenções e Encantamentos.

Ao longo de dez anos, os Deolinda editaram, além do supracitado Canção ao Lado, Dois Selos e um Carimbo (2010), Ao Vivo no Coliseu dos Recreios (2011), Mundo Pequenino (2013) e Outras Histórias (2016). Inscreveram-se na memória colectiva e no cancioneiro português com temas como Fado Toninho, Um contra o outro, Movimento perpétuo associativo, Seja agora, Não sei falar de amorCorzinha de Verão ou Parva que sou, esta última tornada hino não oficial da geração que sofreu os recentes anos de austeridade e intervenção da troika em Portugal. Além de se terem tornado uma das bandas mais populares do seu país, construíram também uma carreira internacional de relevo, suportada nas várias digressões que cumpriram no resto da Europa ou no Brasil.