Le Pen acusa banca de “perseguição” por encerrar contas da Frente Nacional sem justificação

A francesa Société Générale encerrou no início do mês as contas da Frente Nacional. Nesta quarta-feira, foi o britânico HSBC a fechar a conta de Le Pen, que diz que o partido está a ser alvo de uma "perseguição bancária".

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Le Pen marcou uma conferência de imprensa para acusar os bancos de terem tomado uma decisão política Reuters/BENOIT TESSIER

Depois de o segundo maior banco francês, a Société Générale, ter encerrado as contas da Frente Nacional, depois de 30 anos de relação contratual, agora foi o britânico HSBC a fechar a conta detida há 25 anos pela líder do partido, Marine Le Pen. Nenhuma das entidades bancárias apresentou explicações para a decisão. Le Pen diz que está a ser alvo de uma perseguição.

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Depois de o segundo maior banco francês, a Société Générale, ter encerrado as contas da Frente Nacional, depois de 30 anos de relação contratual, agora foi o britânico HSBC a fechar a conta detida há 25 anos pela líder do partido, Marine Le Pen. Nenhuma das entidades bancárias apresentou explicações para a decisão. Le Pen diz que está a ser alvo de uma perseguição.

Numa conferência de imprensa realizada nesta quarta-feira, Le Pen diz que o HSBC a “expulsou”, revelando também que a Société Générale encerrou as contas do partido no início deste mês. Le Pen considera o encerramento das contas uma perseguição contra a Frente Nacional, garantindo que vai processar os respectivos bancos por descriminação. Classificando-a como uma decisão política, Le Pen diz que os bancos têm como objectivo “impedir que a Frente Nacional seja parte da vida democrática e criar as condições para a sua ruína e colapso”, cita o Guardian.

“Os oligarcas financeiros estão a tentar sufocar a oposição a interferir no curso da democracia francesa”, disse ainda. “Vai a oposição em França ser forçada ao exílio bancário? Qual será a reputação de França caso isto aconteça?”, questionou.

Sem explicar a medida, o HSBC disse apenas que não comenta situações individuais. Por sua vez, a Société Générale, garantiu apenas que as decisões de abrir ou encerrar contas têm como base apenas o respeito pelas leis bancárias, desmentindo que tenha tido qualquer motivação política.

Como explica a Reuters, em França os bancos têm permissão para encerrar contas sem apresentar justificação. No entanto, a detenção de uma conta é um direito, pelo que qualquer pessoa pode requerer ao Banco de França para seleccionar uma instituição bancária para que seja aberta a conta pedida. No entanto, o banco que receber esta ordem pode restringir a sua utilização, limitando-a a serviços bancários básicos.

A Frente Nacional tem lutado nos últimos tempos contra problemas financeiros profundos. O partido começou até a ser investigado devido a um empréstimo de nove milhões de euros que obteve em 2014 da parte de um banco russo que entretanto desapareceu. Só nas últimas eleições presidenciais, a Frente Nacional desembolsou 12,5 milhões de euros.

Depois da conferência de imprensa de Le Pen, o porta-voz do Governo francês, Christophe Castaner, defendeu que a Frente Nacional deve ter o direito de possuir uma conta bancária e de a utilizar normalmente. “Mas eu não sei porque é que o banco disse ao seu cliente, a Frente Nacional, ‘obrigado e adeus’, por isso não posso comentar a substância deste caso”, referiu.