Esquilos em Portugal estão fora de perigo
Biólogos da Universidade de Aveiro contaram com a ajuda dos relatos das populações para o estudo.
Os esquilos em Portugal estão fora de perigo, 16 anos depois de um estudo que os confinava apenas a norte do Douro. A conclusão da recuperação dos esquilos-vermelhos faz parte de um estudo de investigadores do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA) sobre a ocorrência em Portugal desta espécie que tinha sido dada como extinta no país até à década de 1980.
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Os esquilos em Portugal estão fora de perigo, 16 anos depois de um estudo que os confinava apenas a norte do Douro. A conclusão da recuperação dos esquilos-vermelhos faz parte de um estudo de investigadores do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA) sobre a ocorrência em Portugal desta espécie que tinha sido dada como extinta no país até à década de 1980.
Os esquilos foram, primeiro, atravessando lentamente a fronteira do Minho e, nas duas últimas décadas, a espécie expandiu-se até ao rio Tejo, encontrando-se fora de perigo, segundo um comunicado da UA. Iniciado em 2013, o estudo contou com a ajuda de centenas de cidadãos anónimos que nos últimos anos avisaram os investigadores sempre que viram este animal. E os resultados foram publicados na revista European Journal of Wildlife Research.
Em declarações à agência Lusa, a coordenadora deste trabalho, Rita Rocha, adiantou que até ao mês de Outubro já tinha havido mais de 1800 avistamentos de esquilos-vermelhos entre os rios Minho e Tejo, um resultado considerado “muito optimista” para o futuro da espécie em Portugal. “Comparativamente ao estudo anterior, realizado em 2001 e que indicava a existência de esquilos apenas a norte do rio Douro, verifica-se hoje uma grande expansão desta espécie nas últimas duas décadas”, observou a bióloga.
Rita Rocha destaca ainda a existência de “alguns registos esporádicos” a sul do rio Tejo, que podem indicar “uma contínua expansão em locais onde existe habitat e recursos disponíveis para o esquilo”.
Para a bióloga, estes dados vêm confirmar a “boa capacidade de dispersão” do esquilo, mas adverte que esta expansão está “bastante dependente” das florestas e dos respectivos recursos disponíveis, considerando, por isso, que a protecção do seu habitat é fundamental para a contínua preservação da espécie.
Os investigadores realçam ainda o contributo das pessoas para o sucesso deste estudo, adiantando que a adesão que tem havido, tanto no envio de registos como na partilha de informação, tem sido “surpreendente”. Apelam ainda à população para os informarem sempre que avistarem um esquilo, através da página do projecto “O esquilo-vermelho em Portugal” na rede social Facebook.