Apple confirma casos de trabalho ilegal em fábrica que monta o iPhone X
Seis adolescentes de um grupo de três mil dizem ao Financial Times que trabalharam regularmente 11 horas por dia, o que excede o limite previsto pela legislação chinesa.
Vários estudantes chineses trabalharam mais horas do que o legalmente permitido numa fábrica chinesa que tem a seu cargo a montagem do novo iPhone X da Apple. Seis destes adolescentes contaram ao Financial Times (FT) que trabalharam regularmente 11 horas por dia na fábrica de Zhengzhou. A empresa norte-americana admite que uma auditoria demonstrou que a carga laboral de alguns destes jovens foi superior ao que deveria ser, ressalvando que estes trabalharam na produção de forma voluntária e que foram recompensados por isso.
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Vários estudantes chineses trabalharam mais horas do que o legalmente permitido numa fábrica chinesa que tem a seu cargo a montagem do novo iPhone X da Apple. Seis destes adolescentes contaram ao Financial Times (FT) que trabalharam regularmente 11 horas por dia na fábrica de Zhengzhou. A empresa norte-americana admite que uma auditoria demonstrou que a carga laboral de alguns destes jovens foi superior ao que deveria ser, ressalvando que estes trabalharam na produção de forma voluntária e que foram recompensados por isso.
Os seis adolescentes que relataram esta situação ao FT faziam parte de um grupo de 3000 estudantes da escola Zhengzhou Urban Rail Transit, que foram colocados a trabalhar na fábrica da Foxconn, principal fornecedor da Apple na Ásia. Todos eles, com idades compreendidas entre os 17 e os 19 anos, dizem ter sido informados que o trabalho de três meses era uma “experiência laboral” necessária à conclusão dos estudos.
Yan, de 18 anos, que recusou dar o seu primeiro nome por recear represálias, afirmou, por exemplo, que o trabalho “nada tinha a ver com os estudos” e que chegou a montar 1200 câmaras para o iPhone X por dia. Os estudantes afirmaram que trabalharam regularmente 11 horas por dia, o que excede o limite de 40 horas de trabalho por semana previsto pela legislação chinesa.
A escola recusou comentar a notícia do FT. Em resposta ao mesmo jornal, ambas as empresas admitiram que tomaram conhecimento, através de uma auditoria, de estudantes que trabalharam horas a mais, mas ressalvaram que o trabalho foi “voluntário” e que todos os jovens foram “compensados e receberam benefícios”.
O FT falou também com um funcionário de longa data da Foxconn, que explicou que a referida fábrica contrata todos os anos estudantes para o período entre Agosto e Dezembro. No entanto, este ano a necessidade destes trabalhadores temporários foi maior devido aos atrasos na produção do iPhone X.