O que estão a fazer 25 cidades contra a falta de água
No país onde os camiões-cisterna dão água às barragens, as câmaras têm adoptado medidas comuns, sobretudo de restrição ou suspensão da rega de jardins públicos e fontanários sem circuito fechado. Umas dão mais passos, outras nem começaram. A lavagem de ruas com água reciclada ainda não é regra.
Para Leiria é hora de valorizar e gerir melhor o vale do Lis, o rio que é a fonte para a região. Ou para Guarda, que pediu a monitorização da barragem do Caldeirão. Há também quem instale redutores de caudal e diminua os espaços verdes, como Évora, ou anuncie planos de prados de sequeiro, que é o caso de Cascais. Às zonas mais atingidas, chegam os camiões-cisterna. Outras ponderam fechar os tanques públicos rurais. Porto e Sintra não têm medidas especiais por agora e que estão a beneficiar de anteriores medidas de gestão mais eficiente de água, como a redução e controlo de perdas de água ou a remodelação de condutas principais. O PÚBLICO perguntou a 25 câmaras que medidas de poupança têm neste momento em curso e os respectivos impactos. As respostas deixam um retrato diverso.
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Para Leiria é hora de valorizar e gerir melhor o vale do Lis, o rio que é a fonte para a região. Ou para Guarda, que pediu a monitorização da barragem do Caldeirão. Há também quem instale redutores de caudal e diminua os espaços verdes, como Évora, ou anuncie planos de prados de sequeiro, que é o caso de Cascais. Às zonas mais atingidas, chegam os camiões-cisterna. Outras ponderam fechar os tanques públicos rurais. Porto e Sintra não têm medidas especiais por agora e que estão a beneficiar de anteriores medidas de gestão mais eficiente de água, como a redução e controlo de perdas de água ou a remodelação de condutas principais. O PÚBLICO perguntou a 25 câmaras que medidas de poupança têm neste momento em curso e os respectivos impactos. As respostas deixam um retrato diverso.
Bragança gasta 20% menos
Tem em curso o corte total da rega de nos jardins públicos e paragem das fontes luminosas. Na água de uso público, as medidas permitem poupar cerca de 2.400m3 por dia (100m3/hora), equivalendo a 20% do consumo.
Vila Real equaciona fechar tanques públicos rurais
Não tem racionamentos em curso. Há algum tempo que foram cortadas as regas a todos os espaços públicos. Equaciona a interrupção do fornecimento a fontanários e tanques públicos, principalmente nos territórios rurais. Não tem quantificação das poupanças.
Porto sem medidas especiais
Não tem em curso qualquer medida especificamente desenhada para a situação actual de seca e diz não existir até ao momento qualquer previsão de restrição ou constrangimento ao regular fornecimento de água ao município do Porto. Refere que a empresa municipal Águas do Porto tem apostado na redução e controlo das perdas de água: a água não facturada do sistema regista actualmente um valor inferior a 19%. A empresa começou este ano a dotar os jardins e espaços públicos da cidade com rega com contadores de água com telemetria, para mais rápida detecção em caso de fugas ou perdas de água, e aumentou as áreas verdes ligadas a um sistema de rega inteligente que impede a rega quando chove.
Évora prepara campanha
Tem em preparação uma campanha de sensibilização da população para a importância da poupança de água no concelho, para a sua utilização racional, incluindo informação sobre as medidas e atitudes a adoptar. A autarquia apoia o projecto Eco-escolas, no âmbito do Projecto de Educação para a Sustentabilidade, dirigidas aos alunos do primeiro ciclo sobre a importância da água e da sua poupança. As sessões decorrem nas cerca de 20 eco-escolas do concelho.
Nos últimos anos foram implementadas algumas medidas de diminuição do consumo de água por parte da autarquia: diminuição de espaços verdes constituídos por relva, reactivação de fontes alternativas para rega e instalação de redutores de caudal nas escolas.
Matosinhos desligou rega e vai usar água da ETAR
Desligou a rega dos jardins, entendendo que a humidade nocturna é suficiente para esse efeito. Também vai passar a utilizar a água de um riacho subterrâneo para utilizações em torno dos paços do concelho, estando ainda a ser preparado um plano de acção mais detalhado a anunciar em breve. As fontes funcionam em circuito fechado e, portanto, quase sem utilização de água nova. Entre Março e Outubro de 2017 consumiu cerca de 70.000m3 de água na rega, agora a ser poupada. Com a entrada em funcionamento do novo sistema de tratamento secundário da ETAR de Matosinhos, as águas residuais tratadas passam a ser utilizadas para as regas e lavagens. Diz que o modelo de gestão introduzido desde 2008 permite poupar 3,3 milhões de metros cúbicos anuais (qualidade das reparações, rapidez de resposta, detecção acústica de fugas não visíveis, gestão de pressões, balanço hídrico, monitorização em tempo real, controlo metrológico e combate a utilizações ilícitas).
Viana do Castelo quer poupar 2.000 metros cúbicos mensais
Quer reduzir o consumo mensal de água dos 10.000 para os 8.000 metros cúbicos por mês, através da redução de 50% no consumo de água para a lavagem das ruas da cidade, da suspensão das regas que utilizam água para consumo público e da redução para metade do plano de regas dos espaços verdes e jardins que utilizam água não tratada. Com estas medidas, o município pretende reduzir em 20% os gastos mensais que tinha até agora - sete mil metros cúbicos de água não tratada para regas e mais três mil de água tratada para regas e lavagens.
Viseu tem campanha desde Junho
Tem em marcha, desde Junho, uma campanha de sensibilização junto da população para redução dos consumos de água. Diz que se traduz numa poupança de três mil metros cúbicos por dia. Tem jardins que já não estão a ser regados e para outros recorre a furos e aquíferos naturais. A limpeza das ruas está a ser feita de forma “conservadora” com água dos poços que foram entretanto reactivados e com outra não tratada transportada por camiões da autarquia e que resulta do tratamento através do processo de ozonização da água da ETAR que serve o concelho. São 14 mil metros cúbicos que podem ainda ser usados na indústria. Com estas medidas, a presidência camarária diz ter poupado três milhões de metros cúbicos. Meio milhão na rega e limpeza e 2,5 milhões de metros cúbicos no consumo das famílias. Abastecido pela Barragem de Fagilde, neste momento está a 10 por cento da sua capacidade, o município é dos mais atingidos pela falta de água. Fagilde recebe diariamente água por camiões-cisterna, que vão passar a ser 100 por dia, por parte da Águas de Portugal. Objectivo é diminuir progressivamente o uso da barragem, que abastece ainda os concelhos de Nelas, Mangualde e Penalva do Castelo, de forma a prolongar a água que ainda existe. No concelho de Viseu 47 mil habitações estão ligadas ao sistema de rede pública.
Guarda monitoriza barragem do Caldeirão
A rega dos espaços públicos está a ser apenas feita uma vez por semana e apenas para manutenção das zonas verdes. Pediu à entidade que gere o sistema em alta, neste caso a Águas do Vale do Tejo, que faça a monitorização da barragem do Caldeirão para perceber se vão ser necessárias mais medidas. Está a enviar aos munícipes, junto com a factura da água, um panfleto a apelar ao consumo moderado. A quantificação de quanto o município está a poupar está em estudo: apenas afirmar que relativamente aos meses anteriores de consumo houve uma redução para cinco por cento na água usada nas regas, limpeza e fontes.
Beja reabilita redes
Tem como medidas de maior impacto a aposta na reabilitação das redes de águas. Em 2016 foram 2,5% e aguarda por fundos comunitários que permitam mais investimento. Entre 2009 e 2013 estruturou a rede. A perda de água tem diminuído. Em 2016 ficou com um valor próximo dos 25%. Vai intensificar a substituição de contadores para reduzir a respectiva idade média; criar o Gabinete de Gestão de Redes e Controlo de Perdas; criar as Zonas de Medição e Controlo e monitorização de caudais mínimos nocturnos, ajustes de pressão de serviço e detecção activa de fugas; e fazer sensibilização ambiental pelo Projecto Heróis da Água. De 2015 para 2016 houve uma redução de água não facturada significativa de 6,4% e o objectivo intensificar essa descida.
Portalegre consome metade um ano “normal”
A sensibilização da população para a importância da sustentabilidade ambiental é uma das prioridades para a autarquia. Em simultâneo, enquanto entidade pública de gestão da água, a Câmara Municipal de Portalegre e os Serviços Municipalizados de Águas e Transportes têm em curso: renovação do parque de contadores; combate ao consumo fraudulento; facturação de todos os consumos na rede por entidades públicas (CMP); monitorização da rede através de modelos de análise aos consumos diários, em zonas de medição e controlo (ZMC), previamente definidas; remodelação da rede de abastecimento; diminuição do tempo de reacção à identificação e reparação de roturas. Desde 2012, as perdas na rede de abastecimento ao concelho de Portalegre reduziram-se de 27% para 23% ano, o que significa uma poupança média de 24.000 m3/ano. Cortou entretanto toda a rega em jardins e espaços públicos, havendo monitorização contínua dos espaços, a fim de ir acompanhando o seu estado de conservação. Tem também restringido as lavagens de arruamentos. A grande maioria dos fontanários abastecidos pela rede pública tem dispositivo de corte, que leva a um uso racional. Estas medidas têm assegurado um consumo de água inferior em 50%, ao consumo num ano considerado normal.
Coimbra aposta nos contadores inteligentes
A câmara e as Águas de Coimbra (AdC) instalaram um sistema de telemetria, um investimento de dois milhões de euros, que prevê a instalação, em duas fases, de 20.840 contadores “inteligentes” em áreas residenciais do centro, para uma gestão mais eficiente do abastecimento, quer em consumos como perdas, através da tecnologia de telemetria de longo alcance (rádio VHF). Por ano o município paga 13 milhões de metros cúbicos de água à Águas de Portugal, sendo que são facturados 10 milhões de metros cúbicos de água por ano aos clientes, números que apontam para cerca de 24% de risco de água perdida.
Leiria quer gerir melhor o vale do Lis
Fechou praticamente todos os sistemas de rega, processo que ainda se encontra a decorrer, com excepção dos espaços com plantações novas, com necessidade de rega. Está envolvido na criação de um Programa Municipal de Uso Eficiente da água, na promoção de incentivos para práticas agrícolas sustentáveis, bem como de valorização, planeamento e gestão do Vale do Lis, numa estratégia que pretende igualmente garantir a protecção das linhas de água. De acordo com leituras efectuadas aos contadores existentes, o município consome cerca de 46.949 m3 a partir de captações de água do rio Lis, por ano, e cerca de 9.000 m3 por ano a partir de água fornecida pelos Serviços de Água e Saneamento. Tem também investido na monitorização em tempo real do nível de água nas captações mais críticas (bem como no reforço da monitorização da qualidade da água nas origens), na sensibilização dos utilizadores para o uso consciente da água através de mensagens na própria factura, nas páginas web através da assinatura de correio electrónico. Não tendo valores de poupança, diz estimar que os consumos sofram uma redução substancial.
Caldas da Rainha aperta controlo das reservas
As reservas de água do município estão normais. As captações subterrâneas estão dotadas de tecnologia que permite controlar os níveis de água, estando a ser feito um controlo mais apertado neste momento. Garante que todas as captações de águas subterrâneas destinadas ao abastecimento público têm definida a delimitação dos perímetros de protecção, para proteger a qualidade da água.
Aveiro reduz períodos de rega
A câmara tem em curso, neste momento, duas medidas principais: redução dos períodos de rega dos jardins e promoção de campanhas de sensibilização junto da comunidade, no quadro da campanha em curso da ADP “fecheatorneira.pt”. O objectivo é atingir uma poupança de 10% no consumo de água. Em 2016, Aveiro registou um consumo de 48.095 m3 de água, que equivaleu a menos 34% que no ano anterior. A edilidade afirma que “continua a registar-se a tendência de redução e poupança de consumo de água”.
Braga limita caudais
As iniciativas da câmara visam sobretudo reduzir os caudais da água utilizada em espaços que lhe pertencem. A autarquia colocou limitadores de caudal em todas as torneiras de locais públicos, de casas de banho e das piscinas municipais e instalou recentemente nas piscinas e nos pavilhões municipais novos chuveiros que permitem uma redução do consumo da água na ordem dos 60% face aos anteriores. O município refere ainda que o número de regas a campos relvados e espaços verdes foi reduzido para um valor mínimo, tal como a duração das mesmas, e que tem em curso, no Parque Escolar do concelho, o programa Poupas, para incentivar, entre os alunos, a poupança de água e de electricidade. Não avança valores de poupança.
Vila Franca de Xira reduz tempo de uso de água
O município reduziu o tempo de utilização da água para rega e limpeza de ruas/espaços públicos. Os caudais das fontes ornamentais, que são de tipo fechado, também foram reduzidos. Mantém o aproveitamento da água de lavagem dos filtros das piscinas municipais de Vila Franca de Xira e da Póvoa de Santa Iria para regas dos espaços públicos, uma prática que tem vários anos. Remete para o final do ano o apuramento das poupanças realizadas. Face aos dados de 2016, estima que as perdas de água tenham ficado em 18%, considerado um dos melhores valores do país.
Portimão vai parar fontes sem circuito fechado
O município suspendeu a lavagem de ruas, poupando cerca de 100m3/dia. Através da empresa municipal, EMARP, tem prevista uma campanha de sensibilização para a poupança de água no “Notícias do Ambiente”, folha mensal enviada junto com a factura de serviços ambientais de água de abastecimento, águas residuais e resíduos urbanos aos 50 mil clientes. Vai parar fontes e lagos ornamentais que não funcionem em circuito fechado e restringir as regas e os desperdícios associados. Tendo por base a experiência vivida no último ciclo de seca grave, em 2005, a autarquia estima que a poupança no concelho rondará os 10% (cerca 500 mil metros cúbicos) em termos globais e 15% nos consumos específicos das regas de particulares (35 mil metros cúbicos). A câmara gasta cerca de 160 mil m3/ano. Com as medidas tomadas e em curso, o objectivo é poupar 50%.
Mangualde poupa nos jardins e fontes
É, a par de Viseu, um dos concelhos mais castigados pela falta de água. Mangualde deixou de lavar a rua com água da rede pública e fechou fontes e fontanários que usam água do sistema. Mangualde, município servido pela Barragem de Fagilde, é um dos concelhos que está a ser abastecido com camiões-cisterna. A presidência da autarquia calcula que com estas medidas poupa 400 metros cúbicos de água por dia.
Nelas quer apenas consumo doméstico para água da rede
É, a par de Viseu, um dos concelhos mais castigados pela falta de água. As piscinas municipais encerraram no início do mês de Novembro e foi proibida a utilização de água para a rega de jardins públicos ou privados. A utilização da rede deve ser apenas para consumo doméstico e com moderação. A autarquia anunciou que estavam a ser encontradas soluções alternativas de abastecimento, nomeadamente através de captações locais e pedreiras.
Lisboa restringe rega
O município estima poupar, pelo menos, 85 mil metros cúbicos de água em seis meses com a implementação de medidas como a suspensão do funcionamento de fontes públicas que não utilizem água recirculada e da rega de todas as áreas circundantes das grandes linhas viárias. Quanto às restantes áreas verdes sob a sua gestão, a rega será reduzida ao mínimo necessário à subsistência das espécies, indicou. A câmara é responsável por 15% do consumo total de água na cidade, representando as regas e lavagens de ruas 75% do consumo total. Em 2016, as fontes e lagos representaram 4% do consumo da autarquia, com 170 mil metros cúbicos de água gastos. Refere que, nos últimos quatro anos, diminuiu para metade o consumo da água de rega, de fontes e cemitérios, poupando cerca de 50 mil metros cúbicos de água. Entre 2014 e 2016, com a mudança de jardins de regadio para sequeiro e a introdução de sistemas inteligentes de rega ou a utilização de água não potável para a limpeza das ruas, afirma ter diminuído os seus consumos de água em 750 mil metros cúbicos: uma poupança de 10%.
Cascais aposta em prado de sequeiro
Poupar mais de 20 mil metros cúbicos de água por ano, prevê a câmara com a implementação das medidas do Plano de Acção para Adaptação às Alterações Climáticas. Apresentado em Setembro, o plano prevê a instalação de sistemas de rega inteligentes nos espaços verdes do município, que serão desenhados com espécies mais resilientes e rega menos exigente. A autarquia diz ter convertido em prado de sequeiro seis hectares nos últimos anos, correspondendo a uma poupança total de 100 mil metros cúbicos de água. Ao nível da limpeza urbana, indica que metade das lavagens das ruas da cidade é feita com água residual tratada, evitando o desperdício de água potável. Outra medida em marcha é a cobertura do solo com pastagens e vegetação herbácea, estimando que reduz em 35% a velocidade de escorrimento da água e potencia a infiltração nos solos.
Sintra beneficia de medidas anteriores
Desde o início do ano até Outubro, a câmara estima ter poupado 201 mil metros cúbicos de água através da pesquisa activa de fugas não visíveis na sua rede de distribuição. Sublinha, por outro lado, o impacto actual da remodelação da sua principal conduta de abastecimento, que ficou concluída em 2015: foram poupados 876 mil metros cúbicos de água por ano, refere a autarquia. Tem também em curso um programa de reutilização de água tratada nas estações de tratamento de águas residuais (com desinfecção) e o recurso a captações antigas de água (não sujeitas a tratamento adicional) para lavar ruas e contentores, uma medida que permitiu poupar, no ano passado, 325 mil de m3 de água potável, aponta. A transferência da gestão das regas de parques e jardins para as juntas de freguesia, à semelhança do que aconteceu em Lisboa, permitiu, segundo os cálculos do município, uma poupança de 400 mil metros cúbicos entre 2015 e 2016 (de 1,4 para 1 milhão de metros cúbicos).
Faro restringe lavagem com água
Restringiu a lavagem com água a algumas zonas centrais da cidade e diminuiu a sua frequência, sem comprometer a higiene das mesmas. Anuncia que está a reformular canteiros com espécies da flora autóctone ou edafo-climaticamente bem adaptadas ao local, aplicando o mesmo princípio aos canteiros novos e separadores. O município, que suspendeu todos os sistemas de rega dos espaços verdes no último dia de Outubro passado, vai contratar uma empresa externa para instalar um sistema inteligente de rega dos espaços verdes da cidade e equaciona o reaproveitamento de águas na cidade. O município diz não ter ainda dados concretos quanto à poupança efectiva.
Nazaré recorre a água do lago
O município afirma que tem aplicado medidas de utilização racional da água, principalmente na gestão dos seus espaços verdes. O parque da Pedralva, a maior mancha verde dentro da vila, está a ser regado com recurso à água do lago ali existente, ao mesmo tempo que a irrigação dos restantes espaços ajardinados está a ser reduzida para um terço. A par da água, acrescenta que continua a apostar na poupança energética.
Oeiras quer atingir a autonomia no consumo
A câmara gasta, por ano, mais de 1,8 milhões de metros cúbicos de água para regar 172 hectares de espaços verdes. Com a limpeza de ruas e fontes consome perto dos dois milhões de metros cúbicos. O município tem em curso um plano para atingir a autonomia no consumo de água para rega de espaços verdes e limpeza urbana, utilizando água proveniente de captações locais e sistemas de gestão inteligente de rega. Explica também que cerca de 46 hectares dos seus espaços verdes regados (26% da área) são abastecidos por água proveniente de 27 captações. Gere ainda a rega de 46 hectares de espaços verdes através de sistemas de gestão centralizados em plataforma web. A autarquia diz ter cancelado entretanto novas plantações ou ressementeiras de relvados e encerrado, de forma permanente, a rega dos espaços verdes de menor dimensão. Já os parques urbanos, os jardins históricos ou de carácter patrimonial serão mantidos sob regimes hídricos mínimos para garantir a sobrevivência das espécies, explica. Com as medidas adoptadas desde o início do ano, o município estima ter consumido 21% do total.
Depoimentos recolhidos por André Vieira, António Rodrigues, Camilo Soldado, Carlos Cipriano, Carlos Dias, Cristiana Moreira, Idálio Revés, Jorge Talixa, Maria José Santana, Patrícia Carvalho, Sandra Rodrigues e Tiago Dias