O cinema latino e ibero-americano vai ao São Jorge

A edição deste ano da mostra de cinema da Casa da América Latina, a maior das oito até agora, alarga o âmbito para incluir filmes portugueses e espanhóis. Serão, de 4 a 16 de Dezembro, 41 filmes ao todo, mostrados no Cinema São Jorge.

Fotogaleria

Mostra de Cinemas Ibero-americanos – No Escurinho do Cinema é o nome da edição deste ano da mostra de cinema da Casa da América Latina. Desta feita, no oitavo ano de existência, junta-se à Lisboa - Capital Ibero-Americana da Cultura, e alarga o escopo para incluir não só o cinema da América Latina, mas também o cinema ibero-americano, com uma selecção muito maior do que o habitual.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Mostra de Cinemas Ibero-americanos – No Escurinho do Cinema é o nome da edição deste ano da mostra de cinema da Casa da América Latina. Desta feita, no oitavo ano de existência, junta-se à Lisboa - Capital Ibero-Americana da Cultura, e alarga o escopo para incluir não só o cinema da América Latina, mas também o cinema ibero-americano, com uma selecção muito maior do que o habitual.

É um festival que, de 4 a 16 de Dezembro, mostrará no Cinema São Jorge filmes que nunca passaram em Lisboa. Serão, ao todo, 41 obras, entre 30 longas-metragens, dez curtas e uma média, seleccionadas pelo português Carlos Nogueira e pela a cubana radicada em Madrid Teresa Toledo. 

A apresentação decorreu na própria Casa da América Latina, na Avenida da Índia, em Lisboa, esta terça-feira. Carlos Nogueira, o curador, falou sobre alguns dos princípios orientadores da selecção de filmes: além do carácter inédito (que obrigou à desqualificação de uma boa parte de obras que tiveram estreia em salas portuguesas ou em festivais), a obrigatoriedade de os filmes seleccionados terem todos no máximo dois anos (nenhuma das obras é anterior a 2015). Outra preocupação dos curadores foi a abordagem de temas como as migrações, as questões indígenas – a chilena Claudia Huaiquimilla, autora de Mala Junta, que passa no dia 9, é mapuche, por exemplo –, a afro-descendência e o pensamento contemporâneo.

A programação arranca com Aquí No Ha Pasado Nada, de Alejandro Férnandez Almendras, um filme chileno sobre um escândalo político da vida real que aconteceu em 2013. Martín Larraín, da poderosa e antiga família Larraín e filho do senador Carlos Larraín, político que era na altura presidente do partido Renovación Nacional, atropelou mortalmente um homem enquanto guiava alcoolizado e fugiu, tendo sido outra pessoa, um amigo, condenado pelo crime. O filme anterior do Almendras, Matar como un Hombre, venceu o Indie Lisboa em 2014.

Na sessão de encerramento, La Defensa del Dragón, a estreia da colombiana Natalia Santa, uma comédia sobre três velhos amigos que jogam xadrez em Bogotá e que perderam o rumo das suas vidas. É uma perspectiva feminina sobre a crise de meia-idade masculina. Na mesma sessão passa antes a curta-metragem Tierra mojada, do colombiano Juan Sebastián Mesa Bedoya, sobre uma criança de origem emberá de 13 anos cuja casa fica no meio de um projecto de uma barragem hidroeléctrica e terá de ser evacuada. Tanto Almendras quanto Santa, os realizadores das longas de abertura e encerramento, marcarão presença no festival.

Não serão os únicos a participar no festival. Ao contrário do que aconteceu em edições anteriores, muitos dos responsáveis pelos filmes virão apresentá-los. Entre estes incluem-se o venezuelano Jorge Thielen Armand (La Soledad), a portuguesa Mónica Lima (que assinou a curta-metragem Verão Saturno, o único filme nacional do certame), o dominicano Nelson Carlo de Los Santos Arias (que assinou a média-metragem Santa Teresa Y Otras Historias, baseada num capítulo de 2666, de Roberto Bolaño; o filme que fez a seguir, Cocote, está agora na competição do LEFFEST depois de ter sido premiado em Locarno), o mexicano Michel Lipkes (Extraño Pero Verdadeiro), o espanhol Jonás Trueba (La Reconquista com Itsaso Arana), os peruanos Felipe Esparza (não confundir com o cómico de stand-up mexicano com o mesmo nome) e Daniel Jacoby (ambos inseridos na sessão de curtas-metragens do Peru a 10 de Dezembro, a apresentar, respectivamente, Espacio sagrado e Jagata), o colombiano Vladimir Durán (Adiós Entusiasmo), o chileno Ignacio Agüero (Como Me De La Gana II), o uruguaio Daniel Hendler (El Candidato), o argentino Edgardo Castro (La Noche) e o colombiano Luis Ospina (Todo Comenzó Por El Fin). O crítico e programador argentino Jorge La Ferla também será o anfitrião de algumas sessões.

Além deles, haverá também espaço para a antestreia de Joaquim, o filme do brasileiro Marcelo Gomes que lida com a revolta do herói nacional brasileiro Tiradentes, que lutou no século XVIII pela independência face a Portugal, e inclui no elenco os lisboetas Nuno Lopes, Welket Bungué, Isabél Zuaa e Diogo Dória, actores que estarão presentes na sessão. É uma co-produção portuguesa, Ukbar Filmes.

Os bilhetes mantêm-se com o preço do ano passado: 3,5€ para os bilhetes normais e 3€ para os bilhetes com descontos.