Ministério Público pede três anos e quatro meses de pena suspensa para Carrilho

Em Outubro, Carrilho já tinha sido condenado a uma pena suspensa de quatro anos e meio de prisão num outro processo também de violência doméstica.

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A procuradora considerou haver ainda perigo de continuação da actividade criminosa por parte do antigo ministro da Cultura LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O Ministério Público (MP) pediu esta segunda-feira três anos e quatro meses de prisão, com pena suspensa, para Manuel Maria Carrilho pelo crime de violência doméstica contra a ex-mulher Bárbara Guimarães.

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O Ministério Público (MP) pediu esta segunda-feira três anos e quatro meses de prisão, com pena suspensa, para Manuel Maria Carrilho pelo crime de violência doméstica contra a ex-mulher Bárbara Guimarães.

Nas alegações finais do julgamento, a procuradora Nadine Xarope considerou haver ainda perigo de continuação da actividade criminosa por parte do antigo ministro da Cultura, pelo que pediu ao tribunal a aplicação de uma pena acessória de proibição de contactos com a vítima pelo mesmo tempo da pena de prisão proposta.

Manuel Maria Carrilho foi condenado, em Outubro passado, num outro processo, também por violência doméstica (e agressão e injúrias), a uma pena suspensa de quatro anos e meio de prisão e com a obrigação de frequentar um curso de combate à violência doméstica da Direcção-Geral de Saúde.

Nessa altura, o Tribunal da Comarca de Lisboa deu como provado que Manuel Maria Carrilho tinha, por diversas vezes, agredido, difamado e ameaçado a sua ex-mulher, quando o casal já se encontrava separado. As agressões visavam ainda o ex-namorado da apresentadora de televisão, Ernesto “Kiki” Neves, e um amigo de Bárbara Guimarães, Ricardo Pereira.

Na mesma sentença ficou definido que o antigo ministro da Cultura ficara proibido de contactar com Bárbara Guimarães e teria de frequentar um programa de sensibilização para a violência doméstica.

Na primeira sessão do julgamento, em 2016, a apresentadora de televisão contou algumas das situações que viveu e admitiu que após as agressões não ia ao hospital “por vergonha”. “Se fosse hoje, faria tudo ao contrário do que fiz na altura e à primeira agressão teria imediatamente feito queixa”, admitiu Bárbara Guimarães na altura, em resposta à juíza que estranhava que não tivesse feito queixa às autoridades. A apresentadora de televisão chegou a pedir o afastamento da juíza do processo, Joana Ferrer, por não estarem a ser cumpridos os “requisitos de imparcialidade objectiva e subjectiva” — os pedidos foram recusados pelo Tribunal da Relação de Lisboa.