Os pontos quentes de uma negociação inédita
Os três parceiros que negociavam a coligação de Governo não chegaram a acordo nas questões ligadas a refugiados, alterações climáticas e política fiscal.
Refugiados
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Refugiados
Foi o tema dominante na campanha e nas negociações. Depois de ter recebido quase um milhão de candidatos a asilo em 2015, CDU e a CSU tinham acordado que o país só poderia receber 200 mil refugiados por ano, mas para aceitar este limite os Verdes exigiam o fim das restrições ao direito de reunificação familiar.
Segundo fontes citadas pela imprensa, o FDP, com uma posição igualmente dura sobre as questões de imigração, não terá aceitado o compromisso que se desenhava, o que levou os ecologistas a acusar os liberais de se aproximarem das posições da AfD.
Alterações climáticas
Todos os partidos partilham o objectivo da redução das emissões de CO2, mas dividiam-se sobre a forma de o conseguir. Os Verdes terão abdicado daquela que era uma dos seus objectivos iniciais: fixação de 2030 como data limite para a proibição de automóveis a gasolina e diesel e também para desactivar as centrais eléctricas a carvão.
Cedências que não era suficientes nem para a CSU nem para o FDP, que alertavam para as consequências económicas que as medidas restritivas propostas pelos ecologistas.
Política fiscal e UE
Eram pontos quentes à partida, mas o FDP chegou a mostrar sinais de compromisso. Os liberais teriam aceitado um menor corte fiscal do que aquele que prometeram na campanha e suavizaram a posição em relação ao Mecanismo de Europeu de Estabilidade, que gere a assistência a países da zona euro em dificuldades. Lindner exigia, porém, que fosse usado como “como instrumento para mais disciplina” orçamental.