Portugal com CO2 a subir mas com roteiro
A seca e os incêndios terão contribuído para o aumento das emissões de CO2 no país em 2017
Em Portugal as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera vão subir em 2017, apesar de uma ligeira redução na União Europeia (inferior a 1%) e acompanhando a tendência registada a nível global (de um aumento de 2%). A previsão é feita por Filipe Duarte Santos, presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentáve. Apesar desta má notícia, o especialista em alterações climáticas contrapõe que Portugal ser “um dos poucos países” da Europa que tem um roteiro para a descarbonização em 2050 “é algo muito positivo”.
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Em Portugal as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera vão subir em 2017, apesar de uma ligeira redução na União Europeia (inferior a 1%) e acompanhando a tendência registada a nível global (de um aumento de 2%). A previsão é feita por Filipe Duarte Santos, presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentáve. Apesar desta má notícia, o especialista em alterações climáticas contrapõe que Portugal ser “um dos poucos países” da Europa que tem um roteiro para a descarbonização em 2050 “é algo muito positivo”.
A falta de precipitação que colocou o país numa preocupante situação de seca é o exemplo mais recente que nos prova que as alterações climáticas estão (literalmente) à nossa porta. Depois, houve o calor extremo e fenómenos como os dramáticos incêndios florestais. Filipe Duarte Santos avisa que, por causa disso, as emissões de CO2 em 2017 de Portugal vão aumentar. “Por causa dos incêndios mas principalmente por termos gasto muito carvão para substituir a falta de água nas barragens”, diz. “Este Inverno, a barragem do Alqueva não gerou electricidade”, alerta o especialista, explicando que “desde o ano passado que o nível de seca é tal que a única coisa que se faz é gerar electricidade apenas para a água subir novamente e ser reposta na barragem. Para armazenar energia. Mas não sai de lá”.
Mas Portugal teve também boas notícias para dar na 23.ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP23). A promessa de um roteiro para a neutralidade carbónica para reduzir as emissões em 2050 que tinha sido feita no ano passado pelo primeiro-ministro António Costa, em Marraquexe, foi confirmada. “Foi aberto um concurso e existe agora uma equipa que vai trabalhar esse roteiro e nós vamos fazer parte de uma plataforma de países com roteiros de descarbonização para 2050. Isso é significativo porque Portugal será o único país do sul da Europa que tem montado o que é necessário para estabelecer esse roteiro. Há poucos países na Europa que têm isso”, nota o presidente do CNADS.
Portugal foi também um dos países se juntaram num compromisso internacional para acabar com a utilização de carvão nas centrais de produção de electricidade. O ministro do Ambiente admitiu que o encerramento das centrais de produção de electricidade a carvão possa ocorrer antes de 2030.