Twitter remove autenticação de contas de extrema-direita e anuncia novas regras

Empresa retirou ícone azul de contas utilizadadas como veículos de propaganda de ódio.

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A autenticação de contas no Twitter passa a ter novas regras. Quem incitar ao ódio não terá direito a ser autenticado Reuters/REGIS DUVIGNAU

Depois de ter suspendido indefinidamente o sistema de autenticação de contas, o Twitter anunciou novas regras. Simultaneamente, retirou o símbolo azul – que servia como um selo de autenticação de que a pessoa que diz ter a conta é efectivamente a pessoa que utiliza a conta – a Jason Kessler, um norte-americano de extrema-direita que organizou a manifestação supremacista e neo-nazi em Charlottesville, que degenerou em confrontos e resultou numa vítima mortal. O presidente executivo, Jack Dorsey, admitiu a 9 de Novembro que o sistema de autenticação estaria a funcionar mal.

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Depois de ter suspendido indefinidamente o sistema de autenticação de contas, o Twitter anunciou novas regras. Simultaneamente, retirou o símbolo azul – que servia como um selo de autenticação de que a pessoa que diz ter a conta é efectivamente a pessoa que utiliza a conta – a Jason Kessler, um norte-americano de extrema-direita que organizou a manifestação supremacista e neo-nazi em Charlottesville, que degenerou em confrontos e resultou numa vítima mortal. O presidente executivo, Jack Dorsey, admitiu a 9 de Novembro que o sistema de autenticação estaria a funcionar mal.

Kessler não foi o único a ver o símbolo azul removido da sua conta nas últimas horas. A empresa anunciou no Twitter que estava a “rever as contas verificadas e irá retirar" o referido símbolo de contas "cujo comportamento não segue as novas regras”. “A verificação tem sido percebida como sendo um apoio [do Twitter]. Demos importância visual a essas contas autenticadas o que enraizou ainda mais esta percepção”, declara a empresa, reconhecendo que devia “ter tratado deste problema mais cedo" e lamentando não ter dado "a prioridade devida".

No início, o Twitter apenas autenticava contas de figuras públicas de primeiro plano e grande relevância, ou jornalistas, como forma de dizer ao mundo qual a conta verdadeira dessas . Era isso que permite ainda hoje distinguir, por exemplo, a conta do actual Presidente dos EUA: o verdadeiro Donald Trump usa a conta @realDonaldTrump e não @DonaldTrump.

Mais tarde, a autenticação de contas foi generalizada ao público e, segundo o Twitter, foi aí que os problemas começaram. “Esta percepção [de que autenticação equivale a apoio] tornou-se pior quando abrimos o sistema de verificação todo o público e verificámos a conta de pessoas que não apoiamos. Estamos a conduzir uma revisão às contas já verificadas”, diz agora a empresa.

Segundo as novas regras, o Twitter declara-se no direito de remover a autenticação de contas que “promovam o ódio e/ou a violência ou ataquem e ameacem directamente pessoas com base na sua raça, etnia, nacionalidade, orientação sexual, género, identidade de género, crenças religiosas, idade, desabilidades ou doenças” ou que apoiem “organizações ou indivíduos que promovam as formas de violência anteriormente referidas”.

Para além de Jason Kessler, também as contas de Richard Spencer, supremacista e activista de extrema-direita, e de Laura Loomer, outra norte-americana que se identifica como "jornalista de investigação" e "conservadora" [de direita] perderam o símbolo azul da autenticação. “Não é ok ser um orgulhoso branco?”, questionou Spencer, depois de perceber que perdera o símbolo azul ao lado do seu nome de utilizador.