Google e Deco Proteste querem portugueses mais conscientes sobre segurança online
O projecto Net Segura e Viva arranca nesta quinta-feira. O objectivo é oferecer um repositório com conselhos de todas as áreas da cibersegurança.
Para ensinar os portugueses a ter mais cuidados quando navegam na Internet (desde menos palavras-passe iguais a routers encriptados), a Deco Proteste aliou-se ao Google na criação da iniciativa Net Viva e Segura. Arranca esta quinta-feira.
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Para ensinar os portugueses a ter mais cuidados quando navegam na Internet (desde menos palavras-passe iguais a routers encriptados), a Deco Proteste aliou-se ao Google na criação da iniciativa Net Viva e Segura. Arranca esta quinta-feira.
“O objectivo é oferecer um repositório de informação útil para todos”, frisou Esperanza Lozano, a gestora de políticas e assuntos públicos do Google na região da Península Ibérica, durante a apresentação do projecto. Além de um site com conselhos de cibersegurança, vão ser realizadas várias conversas sobre o tema em Lisboa, Évora, Coimbra e no Porto, destinadas aos mais jovens.
“Temos de consciencializar os utilizadores para os comportamentos de cibersegurança que ainda não têm no dia-a-dia”, diz a gestora do Google. “É preciso pensar na informação que revelamos online de forma intuitiva. Como entrar num carro e pôr o cinto de segurança, ou trancar a porta quando saímos de casa.”
De acordo com dados de Setembro de 2017 da Marktest, dois terços dos portugueses já estão online (é o equivalente a 5,9 milhões de utilizadores da Internet). Porém, segundo a equipa do Google, poucas pessoas acedem às definições de privacidade nos vários sites que utilizam (como Facebook, Twitter, Google ou Microsoft). Num inquérito feito pela empresa em Portugal, 55% dos cibernautas entre os 13 e os 30 anos deram os dados a pessoas de confiança, com 36% a dizerem que utilizam a mesma palavra-passe para todas as suas contas na Internet.
“Não podemos estar sempre a culpar as grandes empresas. Há ferramentas que, como utilizadores, estão à nossa disposição e temos de aprender a utilizar”, diz Lozano.
O novo site inclui conselhos mais simples (como telefonar para o próprio número de telemóvel se não encontra o aparelho, ou perceber se uma ligação wi-fi é segura) e outros mais complexos, como ensinar a encriptar a ligação à Internet, ou dados privados.
“Na parceria, a Deco traz as dúvidas e a informação do consumidor, e o Google a tecnologia”, explica Nuno Fortes, o director da Deco Proteste, durante a apresentação. “O projecto nasceu do aumento de dúvidas dos portugueses sobre a segurança na Internet.”
Já existem iniciativas semelhantes do Google noutros países da Europa. “A sociedade está a perceber que o mundo está a mudar para o digital, e tem de se adaptar”, diz Pedro Veiga, o coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança. Refere o discurso recente do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, que definiu a protecção da Europa Digital como uma das cinco prioridades para 2018.
“O cibercrime já é uma indústria”, alerta Veiga. “Podem-se comprar ataques DDOS [que incapacitam um serviço online ao sobrecarregá-lo com tráfego de várias fontes] por 150 dólares. Por isso, temos de criar novos comportamentos no ciberespaço.”
Para garantir a atenção dos jovens à iniciativa, há também um concurso nacional para estudantes entre os 16 e os 22 anos criarem vídeos de um minuto e meio a ilustrar os conselhos de cibersegurança no novo site. Os vencedores receberão um tablet Pixel C do Google.