Legionella: Infecção teve origem "no perímetro do hospital"
A directora-geral da Saúde adiantou apenas que as autoridades da saúde têm uma "forte probabilidade" de saberem com mais exatidão qual é de facto a origem do surto, mas não tornou pública esta informação.
"Conclui-se com elevada probabilidade que a fonte da infecção estará no perímetro do hospital", disse nesta quarta-feira a directora-geral da Saúde, a propósito do surto de Legionella no Hospital São Francisco Xavier. Numa conferência de imprensa, Graça Freitas confirmou assim a convicção revelada na semana passada pelo ministro da Saúde.
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"Conclui-se com elevada probabilidade que a fonte da infecção estará no perímetro do hospital", disse nesta quarta-feira a directora-geral da Saúde, a propósito do surto de Legionella no Hospital São Francisco Xavier. Numa conferência de imprensa, Graça Freitas confirmou assim a convicção revelada na semana passada pelo ministro da Saúde.
Esta confirmação consta do relatório preliminar às amostras de água recolhidas no hospital, feito pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa). Este documento foi enviado ao Ministério Público, para quem a Direcção-Geral da Saúde remete a divulgação do mesmo, "se assim o entender".
De resto, a directora-geral da Saúde adiantou apenas que as autoridades da Saúde têm uma "forte probabilidade" de saberem com mais exactidão qual é de facto a origem do surto (as redes de água quente, de água fria ou as torres de arrefecimento), sem, no entanto, tornar pública esta informação, uma vez que é baseada em resultados preliminares. "Se é da torre A, B ou C ou se é de outro sítio, é irrelevante do ponto de vista da saúde pública”, acrescentou.
Sobre a convicção do ministro da Saúde de que o surto teve origem numa "falha técnica" no hospital, Graça Freitas afirmou apenas que "o relatório é factual" e que as "falhas serão identificadas a posteriori".
Para a DGS, “tudo indica que o surto vai entrar em fase de resolução”, mas ainda podem aparecer novos casos nos próximos dias. O surto provocou cinco mortos e há, segundo o mais recente balanço, 54 casos de infecção confirmados. Sete pessoas estão internadas nos cuidados intensivos e 15 já tiveram alta.
Quatro casos fora do hospital
Graça Freitas adiantou ainda que foram identificados quatro doentes que não estiveram no hospital São Francisco Xavier e, por isso, a DGS tem dúvidas que estes casos estejam relacionados com o mesmo surto. É preciso perceber se a estirpe da bactéria que infectou estas quatro pessoas é a mesma das restantes. O Insa tirará a "prova dos nove", concluiu.
Dos 54 casos de infecção confirmados até à data, já foram recolhidas secreções para análise em "cerca de 40 pessoas". Com esta recolha, o Insa pode verificar se a estirpe da bactéria é ou não compatível com aquela que foi encontrada na água dos sistemas de refrigeração e redes de água do hospital. Uma vez que os casos foram diagnosticados em momentos diferentes, desde o dia 31 de Outubro até esta quarta-feira (em que foi diagnosticada mais uma pessoa), ainda há processos de cultura a decorrer, o que impede que os resultados sejam já definitivos.