O Shire Contra-Ataca: O Senhor dos Anéis vai mesmo ser uma série de televisão
Amazon Studios vai fazer uma nova série, com previsão de várias temporadas e até spin-offs, sobre histórias de Tolkien anteriores à saga da Irmandade do Anel.
A Amazon já tinha dito que queria a sua própria Guerra dos Tronos. Ou seja: uma série que é o sintoma mais pop de um universo que vive em livros, jogos e outros suportes e que tem já à partida uma forte comunidade de fãs que garante, mais do que expansividade criativa, a possibilidade de fazer muito dinheiro. E foi à fonte: o estúdio adquiriu os direitos televisivos da saga O Senhor dos Anéis, esse “fenómeno cultural” que querem transformar numa série (televisiva) de streaming de várias temporadas. Com base em “novos enredos” de J.R.R. Tolkien.
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A Amazon já tinha dito que queria a sua própria Guerra dos Tronos. Ou seja: uma série que é o sintoma mais pop de um universo que vive em livros, jogos e outros suportes e que tem já à partida uma forte comunidade de fãs que garante, mais do que expansividade criativa, a possibilidade de fazer muito dinheiro. E foi à fonte: o estúdio adquiriu os direitos televisivos da saga O Senhor dos Anéis, esse “fenómeno cultural” que querem transformar numa série (televisiva) de streaming de várias temporadas. Com base em “novos enredos” de J.R.R. Tolkien.
O anúncio foi feito segunda-feira, confirmando relatos da imprensa especializada publicados na semana passada. Tudo acontece dias depois de a Disney e a Lucasfilm terem anunciado que vão expandir o seu universo Star Wars com uma nova trilogia de novas personagens mas também uma série de acção real para a sua plataforma de vídeo on demand, e também numa altura em que a HBO está a trabalhar em vários spin-offs de A Guerra dos Tronos, a obra de fantasia George R.R. Martin, que sempre manifestou a sua admiração por Tolkien. A propriedade intelectual com provas dadas continua a marcar a década americana dos remakes, reboots e outros regressos ao passado.
Ainda assim, há “ideias excepcionais para trazer para o ecrã histórias que nunca antes foram exploradas baseadas nos escritos originais” de Tolkien, diz no comunicado da Amazon Matt Galsor, representante tanto da editora HarperCollins quanto do Tolkien Estate and Trust. “Passada na Terra Média”, detalha a nota, “a adaptação televisiva explorará novos enredos que precedem a Irmandade do Anel” e claro, acrescentam ainda, o contrato “inclui uma potencial série spin-off adicional”.
A série, que para já se encontra em fase de desenvolvimento e por isso não tem ainda datas de estreia, nomes de actores, produtores ou realizadores associados, será produzida pela Amazon Studios e pelos parceiros já detentores de direitos sobre a obra de J.R.R. Tolkien: a própria gestora do seu legado, o Tolkien Estate and Trust, a HarperCollins e a produtora New Line Cinema (parte da Warner Brothers). Estas últimas foram responsáveis pelos três blockbusters de fantasia que foram mesmo coroados nos Óscares, a saga realizada por Peter Jackson entre 2001 e 2003. Segundo o site Deadline, o realizador neo-zelandês não foi ainda contactado quanto a esta nova empreitada passada entre o Shire e a Terra Média.
Sharon Tal Yguado, responsável pelo sector de séries da Amazon Studios desde que, no início do mês passado, Roy Price e Joe Lewis saíram do estúdio após queixas de assédio sexual contra o primeiro, confirmou ontem que o interesse da produtora se prende com esse fenómeno que abrange “a imaginação de várias gerações de fãs através da literatura e do grande ecrã”. Promete levar os “fãs de O Senhor dos Anéis numa nova viagem épica na Terra Média”, a geografia ficcional da obra de Tolkien.
Há “ideias excepcionais para trazer para o ecrã histórias que nunca antes foram exploradas baseadas nos escritos originais” de Tolkien, diz ainda no mesmo comunicado da Amazon Matt Galsor, representante tanto da HarperCollins quanto do Tolkien Estate and Trust. Esta gestora esteve até há poucos meses envolta numa batalha legal com a Warner e a New Line quanto à distribuição dos lucros da saga cinematográfica, tendo as partes chegado a acordo.
Sendo O Senhor dos Anéis (1954-55) uma saga literária amplamente premiada e de culto no meio da fantasia, precedida por O Hobbit (1937), foi também uma milionária adaptação cinematográfica. Rendeu cerca de 5,1 mil milhões de euros (ao câmbio actual) e o seu filme final, O Regresso do Rei, foi o primeiro e único projecto de fantasia a ganhar o Óscar de Melhor Filme – no total, recebeu 17 Óscares. Fora já adaptada ao cinema em 1978, sem o mesmo sucesso.
Ainda sem datas, a série e seus potenciais spin-offs estarão disponíveis na Amazon Prime, serviço presente em mais de 200 países, incluindo Portugal. No comunicado da Amazon, esta nota que em 1999 os seus clientes consideraram O Senhor dos Anéis o seu livro preferido do milénio.