Milhares de peixes mortos no rio Tejo entre as Portas de Rodão e a barragem do Fratel
Câmara de Nisa pede a intervenção urgente do ministro do Ambiente contra os “agentes poluidores e prevaricadores” e o PCP exige “penalizações pelos danos provocados”.
Na última sexta-feira, a organização concelhia do PCP de Nisa denunciava, através de comunicado, a “catástrofe ambiental” que estava a ocorrer no rio Tejo, no troço que atravessa o município e alertava para a perda de qualidade das águas do rio, que se encontrava pejado de peixes mortos.
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Na última sexta-feira, a organização concelhia do PCP de Nisa denunciava, através de comunicado, a “catástrofe ambiental” que estava a ocorrer no rio Tejo, no troço que atravessa o município e alertava para a perda de qualidade das águas do rio, que se encontrava pejado de peixes mortos.
A organização comunista insurgia-se contra a “destruição da fauna e flora do Tejo”, reclamando que fosse identificada a origem dos “focos de poluição” e aplicadas “penalizações e indemnizações face aos danos provocados”.
O PCP falava do aparecimento de “milhares de peixes mortos” a boiar nas águas do rio Tejo entre as Portas de Rodão e a barragem do Fratel, frisando que “em outras ocasiões se verificou a morte massiva de peixes por causa da poluição, mas nunca com a dimensão da mortandade brutal que agora se verifica”. Os comunistas admitiam que a presença de “espuma esbranquiçada” à superfície da água seria provocada “por poluição que chega de Espanha, acrescida das contínuas descargas poluentes de unidades fabris e da diminuição dos caudais do rio Tejo e dos seus afluentes”.
Ao final da tarde desta segunda-feira, o município de Nisa exigiu que o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, proceda “à construção de uma solução válida, duradoura e sustentável para elevar o rio Tejo a rio vivo e vivido”, reclamando ainda “medidas efectivas de combate à poluição”.
O município de Nisa, confrontado com os mais “recentes focos de elevada carga poluente”, principalmente a jusante de Vila Velha de Rodão, acusava os seus autores, que não identifica, de terem provocado “uma mortandade elevada de peixes (achigã, carpa, barbo, boga, lagostins entre outros).”
O cenário descrito pela autarquia redunda na exterminação, por completo, de "todo o ecossistema do leito do rio”, principalmente no percurso que atravessa o concelho de Nisa, facto que vai “influenciar decisivamente toda uma comunidade e o seu modo de vida.”
O município do norte alentejano defende a aplicação de medidas “realmente efectivas e duradouras de combate à grave poluição que afecta o rio Tejo”, acentuando a importância desta linha de água para a “sustentabilidade do território e das comunidades que nele habitam.”