Mike Leigh filma uma violenta repressão do século XIX
Peterloo é um filme sobre o massacre que aconteceu em Manchester em 1819. A estreia está marcada para 2018.
O britânico Mike Leigh, conhecido pelos seus trabalhos de realismo social seja no cinema, no teatro ou na televisão, não costuma fazer o tipo de filmes que precisem de grandes orçamentos e centenas de figurantes. Isso está prestes a mudar. Peterloo, o próximo filme do responsável por Segredos e Mentiras ou Nu, que foi nomeado para sete Óscares, é um drama de sobre o massacre de Peterloo, Manchester, em 1819. Na altura, entre 60 a 80 mil protestantes juntaram-se em St. Peter’s Field a exigirem uma reforma política numa altura em que apenas 2% da população inglesa tinha direito ao voto e a fome assolava o país inteiro, em parte por leis que impunham impostos altos à importação de cereais, mesmo quando a produção local era reduzida. Os manifestantes foram repreendidos violentamente. Estima-se que 18 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, tenham morrido e 700 outras tenham ficado feridas. A reacção pública negativa a esse evento levou a que se fundasse um jornal chamado The Manchester Guardian, que se transformou naquilo que é hoje o The Guardian.
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O britânico Mike Leigh, conhecido pelos seus trabalhos de realismo social seja no cinema, no teatro ou na televisão, não costuma fazer o tipo de filmes que precisem de grandes orçamentos e centenas de figurantes. Isso está prestes a mudar. Peterloo, o próximo filme do responsável por Segredos e Mentiras ou Nu, que foi nomeado para sete Óscares, é um drama de sobre o massacre de Peterloo, Manchester, em 1819. Na altura, entre 60 a 80 mil protestantes juntaram-se em St. Peter’s Field a exigirem uma reforma política numa altura em que apenas 2% da população inglesa tinha direito ao voto e a fome assolava o país inteiro, em parte por leis que impunham impostos altos à importação de cereais, mesmo quando a produção local era reduzida. Os manifestantes foram repreendidos violentamente. Estima-se que 18 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, tenham morrido e 700 outras tenham ficado feridas. A reacção pública negativa a esse evento levou a que se fundasse um jornal chamado The Manchester Guardian, que se transformou naquilo que é hoje o The Guardian.
É uma história que nunca foi contada em filme e marca o regresso de Leigh a histórias de época depois de Mr. Turner, de 2014, em que Timothy Spall fazia J.M.W. Turner nos seus últimos 25 anos de vida no século XIX, Vera Drake, sobre uma mulher que fazia abortos nos anos 1950, de 2004, ou Topsy-Turvy, de 1999, sobre o duo de Gilbert e Sullivan a escreverem e produzirem a ópera The Mikado na década de 1880. O elenco inclui, no papel de Henry Hunt, um dos oradores desse dia que acabou por passar dois anos na prisão pela participação na manifestação, o actor shakespeariano Rory Kinnear, de séries como Penny Dreadful e Count Arthur Strong, e que no cinema é o actual Bill Tanner da saga 007, Maxine Peake, da versão original britânica de Shameless, Christopher Eccleston, que fez filmes como Elizabeth e foi, na televisão, o nono Doctor Who.
A estreia está marcada para 2018. O filme é em parte financiado pela Amazon Studios, que desde que se estreou com Chi-Raq, de Spike Lee, tem sido responsável por filmes como Amor e Amizade, de Whit Stillman, Wiener-Dog – Uma Vida de Cão, de Todd Solondz, The Neon Demon – O Demónio de Néon, de Nicolas Winding-Refn, Manchester by the Sea, de Kenneth Lonergan, I am not your Negro - Não sou o teu Negro, de Raoul Peck, ou A Cidade Perdida de Z, de James Gray.